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Em Busca De “Uma Odisseia Marciana”



Olá, Perdidos! Não é de hoje que Marte faz parte do imaginário popular. O planeta vermelho já foi e continua sendo cenário para muitas aventuras espaciais e várias tentativas de invasão ao planeta Terra por seus pequenos, hostis e imaginários habitantes verdes. 

O conto Uma Odisseia Marciana, de Stanley G. Weinbaum, de 1934, é sobre a expedição Ares, batizada com o equivalente grego a Marte, o deus romano da guerra. O foguete enviado para o planeta Marte conta com quatro tripulantes: Harrison, o astrônomo e capitão da missão, Leroy, o biólogo, Karl Putz, o engenheiro e Dick Jarvis, o químico e o primeiro ser humano a pisar em Marte. O objetivo da missão é explorar o local e colher amostras e informações sobre o planeta. 


Marte é um lugarzinho peculiar. 


Foram meses de aclimatação para se adequar ao ar rarefeito de Marte e a imensidão do espaço no foguete Ares que, aparentemente, possui motores questionáveis e transporta o primeiro grupo a deixar com sucesso o ping-pong Terra-Lua e, finalmente, colocar os pés em solo marciano. 

Uma vez em Marte, Jarvis sai em missão de reconhecimento quando os jatos de sua nave auxiliar falham fazendo o veículo cair e ele se vê forçado a percorrer o ambiente indômito do planeta a pé para voltar ao foguete onde estão seus companheiros e chegar a tempo da partida prevista. 


Encontrei um pequeno cristal, do tamanho de um ovo, fluorescente a ponto de superar Tofete. Sua luz fez minhas mãos e rosto arderem, quase como uma descarga eletroestática. 


Na verdade, o conto começa com o relato de Jarvis que, após ser resgatado e estar seguro no interior do foguete, conta a seus companheiros de missão suas aventuras e os seres estranhos que conheceu e as várias tentativas de comunicação com Tweel, uma criatura que ele diz se parecer com um “avestruz esquisito”, cuja vida ele salvou na primeira noite sob o céu marciano e que se tornou seu amigo de jornada até o momento de seu resgate. Curiosidade geral da tripulação. 


Peguei o Tweel e corremos para fora, com nossos vinte perseguidores. A luz do dia parecia o paraíso. 


Suas descrições dos acontecimentos e das criaturas deixam todos boquiabertos e cheios de interesse verdadeiro. A descontração e a incredulidade ficam por conta de Harrison, capitão da expedição que chama Jarvis e seu inusitado amigo “avestruz marciano” de doidos a cada passagem estranha e sem sentido durante o relatório do companheiro. 





Uma coisa que impressiona na narrativa são as várias tentativas de estabelecer comunicação com seu novo amigo e como Jarvis acaba interpretando sua linguagem única a base de trinados e cacarejos fazendo uso da matemática. Exatamente, utilizando fórmulas matemáticas rabiscadas ali mesmo no solo marciano ele chega a um entendimento com Tweel. E o astronauta percebe que Tweel é um ser com uma inteligência peculiar. Realmente instigante. 


Em algum lugar de Marte, e você me dará razão, há uma civilização e uma cultura parelhas às nossas; talvez superiores. E é possível a comunicação entre nós; Tweel prova isso. 


Em determinado momento ao encontrar pirâmides o autor traça um paralelo sutil entre o povo marciano e os egípcios. Teria sido uma dessas pedras com a forma perfeita de uma pirâmide fotografada pelo robô Curiosity, que desde 2012 anda por terras marcianas? Talvez Jarvis tenha desvendado um dos grandes enigmas da humanidade e de Marte muitos anos antes (ou depois!). 

Um fator interessante é a criação desses habitantes de Marte, sua aparência, seus objetivos, sua periculosidade e sua lógica diferente de existência elaborados por Weinbaum. Alguns seres pensantes, outros que vivem mecanicamente por milhões de anos, outros que vivem num ir e vir sem fim, aparentemente sem justificativa, e outros que invadem mentes e se utilizam de suas lembranças para mantê-lo num estado hipnótico até o abocanharem. Formas de vida bizarras descobertas enquanto o astronauta cruza o terreno marciano. 


– Deus! Aquela criatura esquisita, conseguem imaginar? Cega, surda, sem cérebro, apenas um mecanismo; ainda assim, imortal! 


Não importa que hoje através de sondas, landers e rovers como o Perseverance que pousou em 2021 em Marte saibamos que o planeta vermelho não se parece em nada com os relatos de Jarvis, a leitura é rica em imaginação que se destaca e vai além dos típicos homenzinhos verdes tão divulgados e que também já fazem parte do nosso imaginário coletivo. E com tantas aventuras o conto guarda uma boa surpresa no final. 





E Tweel é um amigo marciano simpático e tão inteligente ou mais que um homem e totalmente não-humano criado pelo autor em sua primeira incursão na Ficção Científica. O personagem satisfez por completo o desafio do escritor americano John W. Campbell: “Escreva-me uma criatura que pensa tão bem quanto um homem, ou melhor que um homem, mas não como um homem.” 

Sem dúvida, Weinbaum escreveu e o conto é uma obra inovadora elogiada pelo próprio Isaac Asimov. Ele concebeu Marte com a tecnologia de sua época e escreveu Ficção Científica antes mesmo que alguém conhecesse o termo. E foi mais longe ainda, escreveu uma história sobre o primeiro contato entre um humano e um alienígena e tudo o que essa interação envolve. 

Vale a pena a leitura que é muito agradável. 




 FICHA TÉCNICA 


Autor: Stanley G. Weinbaum 
Título: Uma Odisseia Marciana 
Título Original: A Martian Odyssey 
Ano: 1934 
Tradução: Gustavo Terranova
Gênero: Conto de Ficção Científica 

  

Conhecendo um pouco mais Stanley G. Weinbaum 







Stanley Grauman Weinbaum conhecido como Stanley G. Weinbaum nasceu em 04 de abril de 1902, no Kentucky, nas terras do tio Sam (EUA). 

O autor é mais conhecido por seu primeiríssimo e inovador conto de ficção científica “Uma Odisseia Marciana”, publicado em 1934, em que nos apresenta um personagem simpático e indiscutivelmente não humano, Tweel

Uma dúzia de suas histórias foram publicadas em vida na Astounding Stories of Super-Science ou Wonder Stories. E várias de suas peças foram apresentadas pela primeira vez no fanzine de ficção científica Fantasy Magazine

Sua morte prematura, aos 33 anos, ocorreu devido a um câncer de pulmão em dezembro de 1935, em Milwaukee, cidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Um ano após sua grande aventura marciana. 

Em 2008, o autor ganhou o Cordwainer Smith Rediscovery Award (Prêmio Cordwainer Smith de Redescoberta) criado em 2001 para chamar a atenção para autores de Ficção Científica esquecidos. 

E uma cratera em Marte recebeu o seu nome em 1973. 











Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 







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