Conhecendo “O Vale Do Medo”

Perdidas e Perdidos. Um crime aconteceu. Quem devemos chamar para elucidar o crime? Ora, ora... Elementar, meu caro Watson! Nada mais nada menos do que o maior detetive de todos os tempos: Sherlock Holmes. Em O Vale Do Medo, obra de Sir Arthur Conan Doyle, Sherlock Holmes mostra sua perspicácia detetivesca para resolver mais esse mistério. 




A história começa no famoso apartamento de Holmes em Londres, na 221B Baker Street, onde ele e seu fiel amigo Watson tinham acabado de receber uma carta criptografada de um tal de Porlock, pseudônimo de um agente de seu arqui-inimigo, “o renomado criminoso” professor Moriarty. Tratando a carta como um “exerciciozinho de análise primoroso”, Holmes com o auxílio de Watson decifra o conteúdo da missiva que contém o aviso de que um homem chamado John Douglas corre perigo de morte. Neste exato momento recebem a visita do inspetor Alec MacDonald da Scotland Yard. O inspetor pede ajuda ao detetive para investigar justamente o assassinato de John Douglas, do Solar Birlstone. E, apesar de Holmes não saber exatamente a natureza do crime, ele tem certeza de que está de alguma forma relacionado com Moriarty. 

A coisa mais prática que poderia fazer na vida, Mr. Mac, seria trancar-se por três meses e passar doze horas por dia lendo os anais do crime. Tudo acontece em círculos – até o professor Moriarty.  

De acordo com informações, Mr. Douglas mudou-se há alguns anos para a Inglaterra, conheceu e casou com Ivy e comprou a propriedade ao norte do condado de Sussex que contém um fosso que circunda o solar e que só é acessível através de uma ponte levadiça, erguida ao fim do dia e baixada toda manhã. E, apesar de tudo isso, de toda proteção, fora assassinado de forma tão violenta

O corpo de Mr. Douglas foi encontrado por seu amigo Cecil James Barker, hospedado no Solar, e segundo o próprio Barker, Douglas estava caído no chão da sala com uma espingarda de cano duplo serrada sobre seu corpo inerte, cujo tiro à queima-roupa destruíra sua cabeça, tornando-o irreconhecível. 

Como o assassino entrou no solar? Como conseguiu sair com a ponte levadiça levantada e com o fosso? Por que usar uma espingarda tão barulhenta? Ninguém na casa ouviu o tiro? 

Trata-se, admito, de mera imaginação; mas quantas vezes a imaginação não é a mãe da verdade?  

Holmes assume a investigação para descobrir o porquê de um homem aparentemente respeitado e querido por todos ter sido brutalmente assassinado. E com seu olhar astuto começa a vasculhar o local e o morto nos seus mínimos detalhes, descobrindo indícios que passaram despercebidos pelos policiais que chegaram ao local primeiro. 

E, através do depoimento de Mrs. Douglas, o detetive descobre que seu marido estava aparentemente preocupado com algo relacionado ao seu passado. Segundo a esposa, um segredo reavivado o tinha deixado alarmado, e se referia a um lugar conhecido como Vale do Medo, nos Estados Unidos, e, também, sentia muita aflição por causa de um homem chamado de mestre McGinty. Para ela, tanto o vale quanto o tal mestre estavam conectados de alguma forma. 

Pergunta daqui, fuça dali e pesquisa acolá, Holmes vai coletando evidências e depoimentos dos empregados, do amigo e da esposa do falecido, juntando todas as peças até que sua mente brilhante e dedutiva, finalmente, desvenda o caso. 

É verdade, Ames, que viu muitas vezes esta marca deveras incomum – um triângulo dentro de um círculo marcados com ferro em brasa – no antebraço de Mr. Douglas?  



Após o crime ser resolvido, somos levados através de um flashback para 20 anos atrás (1875) que conta a história do tal Vale do Medo e sua ambientação abominável e cheia de terror, onde deram início os possíveis motivos que culminaram com o assassinato de Mr. Douglas. 







Como já foi visto, o livro é dividido em duas partes:  

A Parte 1 – A Tragédia de Birlstone é narrada por Dr. John Watson, narrador oficial das aventuras de Sherlock Holmes, e nela vemos o detetive mostrar seu intelecto decodificando uma carta cifrada e solucionando o misterioso assassinato. É impressionante o seu raciocínio lógico e como tudo se encaixa perfeitamente no final. 

A Parte 2 – Os Scowrers também é narrada por Watson (“talvez lhe pareça difícil acreditar que, ainda que eu a narre, ela tenha de fato acontecido”) que, mesmo sem fazer parte da história, nos apresenta uma organização criminosa nos vales de ferro e carvão de Vermissa, também conhecido como Vale do Medo, lá nos Estados Unidos, detalhando suas operações que vão de extorsão à surras e assassinatos. Na verdade, é a elucidação para o misterioso crime que ocorre em Birlstone, vinte anos depois. 

Este é o Vale do Medo, o vale da morte. O terror está nos corações das pessoas do crepúsculo ao raiar do dia.  

Esta edição de bolso de luxo de Clássicos da Zahar possui uma rápida Apresentação que retrata um pouco Sir Arthur Conan Doyle, o autor inspirado das aventuras do detetive Sherlock Holmes. O que é muito instrutivo. Além disso, possui, espalhadas pelo livro, algumas imagens de Frank Wiles para a revista Strand Magazine onde o romance foi publicado originalmente em forma de folhetim entre os anos 1914 e 1915. 

O Vale do Medo é o último dos quatro únicos romances protagonizados pelo admirável detetive. Os outros três são: Um Estudo em Vermelho, O Signo dos Quatro e O Cão dos Baskervilles. As demais aventuras de Sherlock Holmes são contadas na forma de contos

Entre voltas e reviravoltas, inclusive envolvendo artimanhas bem elaboradas e um Epílogo inesperado, o livro possui duas histórias maravilhosas que se completam, mas... É um bom livro, com uma boa trama policial, mas não era exatamente o que eu esperava, uma vez que foi meu primeiro contato literário com uma aventura de Sherlock Holmes. Gostaria de ter visto um pouco mais o detetive em ação com a ajuda de seu inseparável amigo Dr. Watson, é claro. 


FICHA TÉCNICA 

Título: O Vale do Medo    
Título Original: The Valley of Fear    
Autor: Arthur Conan Doyle   
Ano: 2015  
Páginas: 256   
Editora: Zahar  
Gênero: Romance Policial (Clássico)   
Tradutor: Maria Luiza X. de A. Borges   


AUTOR  



Arthur Ignatius Conan Doyle, mais conhecido como Arthur Conan Doyle ou, simplesmente, Conan Doyle, nasceu no dia 22 de maio de 1859, em Edimburgo, Escócia, numa família católica-irlandesa abastada e rígida. 

Estudou medicina na Universidade de Edimburgo onde começou a escrever histórias. Antes dos 20 anos publicou uma de suas histórias no Chambers’s Edinburgh Journal. Após a formatura, serviu como médico em um navio. A viagem despertou nele o seu espírito aventureiro. Enquanto aguardava por pacientes que nunca apareceram em seu consultório, Conan Doyle começou a escrever novamente. 

Em 1887, foi publicada a sua primeira obra célebre, Um Estudo Em Vermelho, romance de estreia do extraordinário e notório detetive Sherlock Holmes e seu fiel amigo e assistente Dr. Watson. Tornou-se famoso pelas 60 histórias com Sherlock Holmes, inovando na literatura criminal, mas também escrevia histórias de ficção científica e não-ficção, romances e poesias, entre outros estilos. Com o sucesso, ele se aposentou como médico e viveu seus dias apenas como escritor. 

Depois das histórias de Sherlock Holmes, sua obra mais conhecida é a ficção científica O Mundo Perdido, publicado em 1912. 

Apesar de ter nascido numa família católica, em 1881 Conan Doyle renegou sua fé na igreja católica e lutou para propagar sua fé espírita, inclusive por meio de uma série de livros escritos entre 1918 e 1926. 

Conan Doyle casou-se duas vezes e teve cinco filhos. Em 1902 participou da Guerra Boer, na atual África do Sul, e atuou na linha de frente como cirurgião. 

Em 1893, cansado por seu ilustre detetive tirar-lhe o tempo necessário para escrever obras mais importantes, Conan Doyle assassinou Sherlock Holmes.  Tanto Holmes quanto o seu arqui-inimigo, professor Moriarty, morreram na história O Problema Final. Claro que a morte do detetive causou comoção e o público exigiu que Holmes voltasse à vida, o que aconteceu definitivamente em A Casa Vazia, após ter sido reapresentado em O Cão dos Baskervilles que alcançou grande sucesso. 

No dia 7 de julho de 1930, aos 71 anos, Conan Doyle sofreu um ataque cardíaco no jardim de sua casa em Crowborough, Inglaterra, e não resistiu. Apertando uma mão contra o coração enquanto com a outra segurava uma flor, suas últimas palavras foram dirigidas à sua esposa: “Você é maravilhosa”. 

No cinema, na TV, no teatro, nos games ou em qualquer outra mídia, o personagem Sherlock Holmes é um dos mais imitados, parodiados e citados no mundo. Seus contos nunca pararam de ser reimpressos, desde 1891 quando foi publicado o primeiro conto e seus romances foram traduzidos para quase todos os idiomas. 




Até a próxima! 

Beijos mil! :-) 
Criss 


Um comentário :

  1. Nunca li Sherlock Holmes antes, porém ganhei esse livro e fiquei curiosa para ler. Gostaria de saber se eu posso ler apenas ele ou se preciso ler os livros anteriores para entender a história.

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