Olá, Perdidos! Sem dúvida, o livro “Drácula”, escrito por Bram Stoker, é um dos meus livros prediletos da vida. E, para terminar o OUTUBRO ATERRORIZANTE com chave de ouro, foi com enorme prazer que li o conto O Hóspede de Drácula, também de Stoker, pois sua leitura me levou de volta a história do vampiro mais famoso de todos os tempos.
O conto narra a aventura de um jovem viajante inglês, o qual não sabemos o nome, em Munique. Ele decide explorar uma região mais remota do lugar, ignorando os avisos e as superstições do cocheiro que o aconselha a voltarem antes que a noite caia. Durante o passeio se depara com uma aldeia considerada assombrada, pois ali jazem os suicidas. E por sua própria vontade é deixado sozinho para completar a caminhada.
A tempestade começa a cair de forma repentina e, tremendo de frio, o viajante procura refúgio em um cemitério abandonado, onde encontra uma tumba misteriosa.
Coisas estarrecedoras acontecem.
Um cenário sombrio e hostil, marcado pela neve, pelo granizo, pelos uivos e pela Noite de Walpurgis, uma festividade pagã em que se acredita que as forças do mal estão à solta; que o próprio diabo está à solta.
Então, na pressa de salvarem suas vidas – e suas almas! (e aqui novamente ele se benzeu) –, aqueles que sobreviveram fugiram para outros lugares, onde os vivos viviam e os mortos estavam mortos e não havia...
Antes de mais nada, de acordo com o prefácio escrito por Florence Bram Stoker, esposa de Bram Stoker, é preciso que saibam que o conto é uma parte excluída da versão final do romance “Drácula”, de 1897, que consagrou o autor irlandês Bram Stoker como um dos mestres da literatura gótica, mas que funciona perfeitamente bem como uma história isolada. A história teria sido o prólogo do romance.
O Hóspede de Drácula foi convertido em um conto de terror, publicado postumamente por sua esposa em 1914, dois anos após sua morte, como parte da coletânea Contos Estranhos.
A história mostra o contraste entre o raciocínio lógico do viajante inglês, vindo de um país considerado “civilizado”, e as superstições do cocheiro e dos nativos de um país “selvagem”. Um choque cultural experimentado pelas superstições e lendas do povo local.
– Vá embora, Johann. Walpurgisnacht não assusta inglês.
Lembrem que a história acontece na Noite de Walpurgis em que forças sobrenaturais e ameaçadoras estão à toda. E, em determinado momento, ele tem que enfrentar essas situações inexplicáveis e apavorantes, mesmo cheio de dúvidas, medo e total descrença.
Com uma história sombria e agonizante, o conto mantém o mesmo clima de suspense e horror do romance original. E é claro que o jovem viajante inglês só pode ser Jonathan Harker, um dos protagonistas do romance “Drácula”. Afinal, no início do conto ele está em Munique e no início do romance ele sai de Munique em direção à Transilvânia.
Sinceramente, eu acho que fizeram bem em suprimir esse texto, pois manteve-se o clima de suspense e terror, e aumentou a experiência da descoberta por Jonathan Harker (e todos nós leitores) de quem e o que era, realmente, o Conde Drácula.
Parecia que sua imaginação tomara conta de si, e ele terminou a história num perfeito paroxismo de medo – semblante pálido, transpirando, tremendo e olhando para os lados, como se esperasse que uma presença pavorosa fosse se manifestar ali em plena luz do dia em campo aberto.
Como disse, o clima é o mesmo do clássico, e o Conde Drácula já se mostra uma figura enigmática, poderosa e ameaçadora, que em breve invadirá Londres em plena Era Vitoriana (1837–1901), um período de grandes transformações econômicas, políticas, tecnológicas e culturais. Foi nesse período que o Reino Unido expandiu suas colônias e se tornou a nação mais poderosa e rica do mundo, denominando-se Império Britânico.
Drácula não tinha só sede de sangue, ele precisava se renovar, ele precisava renascer em um lugar que ele pudesse escapar da superstição dos nativos de seu país e ser levado à civilização moderna.
parecia haver ao meu redor uma espécie de som suspirado e, vez por outra, bem lá no alto, uma espécie de rugido abafado.
Provocador e envolvente, O Hóspede de Drácula é uma obra-prima dos contos de terror. Ele explora essa tensão entre o conhecido e o desconhecido, o civilizado e o selvagem, o moderno e o arcaico.
Se vocês, assim como eu, são fãs de vampiros e do gênero gótico, em que as histórias exploram os limites entre o real e o fantástico, é leitura obrigatória. Estão esperando o quê?
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