Dicas De Livros Para Ler No Dia Internacional Da Mulher

Olá, Perdidos! Hoje é um dia especial para todas as mulheres. Após várias passeatas e protestos que ocorreram ao redor do mundo e que tiveram início lá em 1909, a ONU (Organização das Nações Unidas) instituiu, em 1975, o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher para lembrar e comemorar todas as conquistas políticas e sociais alcançadas por nós, mulheres. 

Porém, os protestos ainda seguem firmes e fortes. Estamos longe de nos acomodarmos diante de tanta crueldade, desumanidade e desigualdade que as mulheres em várias partes do mundo sofrem. Hoje, ampliamos a luta pleiteando igualdade de gênero, com uma sociedade livre de preconceitos e discriminações. Utopia. Um sonho, talvez. Não. É uma batalha a ser vencida. E será! 

Para comemorar a data, escolhi cinco livros que eu gosto muito e que me impactaram e, acima de tudo, que foram escritos por mulheres, é claro! É a força feminina no comando da pena. 

O Morro Dos Ventos Uivantes (1847) – Emily Brontë 

Sei. Sei. E quando é que Wuthering Heights (nome do livro em inglês) não entra nas minhas listas de livros favoritos e que me surpreenderam? Não tem como deixar O Morro de fora. Simplesmente não dá. 

O livro é uma obra-prima gótica. A história é sombria e perturbadora e nos faz refletir (ou chocar) sobre a verdadeira essência humana, a transformação do caráter sendo moldado pelas circunstâncias e o lado mais obscuro dos sentimentos considerados nobres. Heathcliff e Catherine são detestáveis ao mesmo tempo que são fascinantes. 

Uma obra devastadora! Sempre digo que no século XIX ninguém estava preparado para Emily, suas charnecas e, muito menos, seus ventos uivantes. 

Confira a resenha: Passeando Pelas Charnecas De “O Morro Dos Ventos Uivantes” 

Assassinato No Expresso Do Oriente (1934) – Agatha Christie 

A Rainha do Crime publicou mais de 90 livros que foram traduzidos em quase todo o mundo. Ela se tornou a maior escritora de romances e contos policiais de todos os tempos. Tem seus defeitos? Sim. É xenofóbica? E como! Pode ser criticada por seus preconceitos? Deve. Mas, conflitos à parte, não podemos esquecer que ela é o reflexo de uma mulher inglesa abastada de uma outra época. Somos mutantes e por isso, hoje somos diferentes. Bem... nem todos. E vamos combinar que suas histórias são maravilhosas. 

Um de seus personagens conhecidos mundo afora é o detetive belga, sistemático e metódico (portador de TOC?), personalidade extravagante, postura nada modesta, elegante e impecável, bigode imponente e astuto como ninguém: Hercule Poirot. 

É ele quem desvenda o misterioso assassinato no trem parado nos trilhos devido a uma terrível nevasca, no meio do nada e impossibilitado de seguir viagem, apenas com suas incríveis deduções obtidas através de suas famosas “pequenas células cinzentas”. 

Agatha costura seu enredo sem deixar fiapos para trás, muito menos espaços sem alinhavos. Ela não dá ponto sem nó. Tudo se encaixa no final e deixa aos leitores um incrível conflito moral. 

Assassinato no Expresso do Oriente é considerado seu livro que mais vendeu até hoje e cuja história foi e continua sendo adaptada para diversas mídias como cinema, TV, teatro, rádio e videogame. 

Samantha Sweet, Executiva Do Lar (2005) – Sophie Kinsella 

Quer relaxar? Então pegue um livro de Sophie Kinsella. Samantha Sweet é um livro engraçado, dinâmico e improvável. É, simplesmente, impossível não rir com tantas situações divertidas e loucas. 

Enquanto Sophie Kinsella nos diverte, ela faz uma crítica a pressa e as pressões da vida moderna. A protagonista, que acabou de cometer um erro gigantesco que custará milhões a empresa em que trabalha, além de arruinar sua carreira bem-sucedida como advogada, sai desnorteada e sem rumo, pega um trem e se candidata a um cargo como empregada doméstica de uma socialite deslumbrada. Detalhe: ela não entende patavinas de afazeres domésticos! 

Foi o primeiro livro dela que li e adorei. Chorei de tanto rir. Não podia deixar passar. 

É um ótimo chick-lit. Um romance leve com uma comédia simples e que garante muita diversão. Nada muito rebuscado. Excelente para desopilar o fígado. De vez em quando é muito necessária uma leitura assim. 

Justiça Ancilar (2013) – Ann Leckie 

Consegue imaginar uma ficção científica escrita toda no feminino? E que a protagonista Breq é a IA (Inteligência Artificial) de uma nave estelar gigantesca chamada Justiça de Toren nem pensar, né? Ou mesmo que as Ancilares são na verdade prisioneiras escravizadas, para serem soldados das naves, com implantes corporais aplicados nelas para compartilhar essa consciência que as habita e as controla? Haja imaginação! 

Sem dúvida, Ann Leckie é original e autêntica. Justiça Ancilar ganhou os prêmios Hugo, Nebula, Arthur C. Clarke e BSFA, os principais da ficção especulativa. 

A história conta que um ato de traição destruiu tudo o que Breq conhecia, e agora só lhe resta um único e frágil organismo humano para enfrentar o império Radch. E ela está prestes a concluir seus planos de vingança. 

Trata-se de uma Space Opera de diversidade em que existe uma enorme gama de origens e culturas, cores e etnias. Apesar de tratar dos mesmos temas que estamos tão acostumados, como vingança, totalitarismo, xenofobia, colonização, política interplanetária e o mal vs. o bem, o modo como foi feita é que torna esta obra tão especial. E a autora conseguiu escrever essa história incrível sem denotar gênero. 

Infelizmente só o primeiro volume foi lançado no Brasil. Estou aguardando ansiosamente o desenrolar da história. 

Entrevista Com O Vampiro (1976) – Anne Rice 

Amo vampiros e eles não poderiam ficar de fora. Ainda mais um livro tão maravilhoso, mas que eu só li recentemente. Pode isso? 

Na trama, o vampiro Louis de Pointe du Lac conta a história de sua vida de 200 anos a um repórter. E em como foi abordado por um vampiro chamado Lestat de Lioncurt que o transformou em um ser imortal. Vale lembrar que no livro temos apenas o ponto de vista de Louis. 

É o primeiro livro das Crônicas Vampirescas que ao todo possui 13 obras literárias. São histórias cheias de erotismo, filosofia e moral. 

Com tradução de Clarice Lispector (que escritora maravilhosa!) esse terror gótico foi adaptado para o cinema em 1994 com Brad Pitt, Tom Cruise, Antonio Banderas e Kirsten Dunst no elenco. O livro também foi transformado para o formato Graphic Novel. 

Anne criou vampiros apaixonados e apaixonantes que possuem qualidades e defeitos, assim como nós meros humanos mortais. 

Eles se alimentam do sangue de suas vítimas humanas. São vampiros-raiz que não brilham como purpurina. Ora monstros sanguinários, ora anjos caídos, são belos e mortais em toda sua exaltação. E que têm que conviver com seus sentimentos, filosofias e problemas por toda eternidade. 

E aí? Gostaram das dicas? Já leram algum desses cinco livros? Me contem. 

PARABÉNS A TODAS AS MULHERES! 

Doe livros, presenteie livros ou, apenas, indique livros. 

Incentive a leitura! 

Até a próxima! 

Beijos mil! :-) 

Criss