Olá, Perdidos! Sem dúvida, “O Homem de Palha”, do brasileiro Pablo Zorzi, é uma jornada eletrizante e repleta de suspense. Este é o primeiro thriller policial do autor que já começou abrindo a porta com um chutaço!
Um êxtase selvagem toma conta do meu corpo, mas é hora de acabar com a diversão.
Somos levados ao Alasca. Riacho do Alce. Natal de 1993. E Elsa Rugger é atropelada. O detetive da cidade (que também é brasileiro), Gustavo Prado, é solicitado no local do atropelamento. O único problema é que Elsa estava desaparecida há 10 anos e o homem que supostamente a atropelou também está morto. E dentro dos corpos foram encontrados pequenos bonecos de palha.
– É palha seca. Entrelaçada no formato de um homem. – Ele engoliu em seco e ficou pálido. – Um homem de palha.
É assim que a história é desencadeada, dando início a vários desaparecimentos e assassinatos de mulheres grávidas. Mas a verdade ainda estava longe de ser revelada. Elsa não foi morta em 1993, mas em 1983 e os investigadores da polícia não fazem ideia de que seu corpo foi exposto por uma outra pessoa e não seu verdadeiro assassino. Resumindo: há dois serial killers atuando na cidade.
Com o passar do tempo, mais crimes macabros acontecem e os corpos das mulheres grávidas e sem os bebês são encontrados em cenas montadas, e “recheados” com bonecos de palha, e como nada escapa aos jornalistas que precisam de uma história arrepiante e chamativa para sobreviverem, passam a chamar o psicopata de O Homem de Palha, porém, mal sabem eles que “em breve, os holofotes estarão focados em um novo astro”.
Que tipo de maníaco empalha um ser humano?
Os lobos uivam na montanha.
Hoje é dia 26 de dezembro de 1993.
O dia em que todos vão saber que voltei.
Ao detetive Gustavo Prado, que possui um passado atormentado, se une Allegra Green, uma inusitada parceira que como castigo foi enviada para um posto do Alasca, afinal “dizem que o Alasca é o canto do castigo para policiais do sul. Uma espécie de reabilitação”.
A leitura alterna entre as perspectivas dos personagens principais, inclusive do assassino que eu achei bem interessante por expressar seus desejos, suas necessidades em matar, o chamamento do sangue e sua ira ao não ser reconhecido como o verdadeiro criminoso que mata as mulheres grávidas. O autor nos mostra a mente dos personagens, deixando transparecer suas motivações e obsessões mais profundas.
E como se não bastasse um serial killer, o autor coloca dois serial killers competindo pela atenção do “espetáculo” aos olhos da mídia e dos detetives responsáveis. E vou dizer que achei muito criativo e deu aquele toque diferente e exclusivo à história. Competição entre assassinos. Pode isso?
Gustavo analisou as paredes e o teto. A luz negra deixava o ambiente estranho. A capacidade de enxergar coisas além do alcance humano o deixava desconfortável.
Segredos e traumas do passado de alguns personagens se revelam cruciais para a compreensão dos eventos presentes. A narrativa é construída totalmente em um ambiente tenso e diria, mesmo ao ar livre, claustrofóbico, por causa da neve e do frio acentuado e da floresta, intensificando a sensação de perigo e incerteza. Um ambiente inóspito.
E, além do suspense e da tensão, o livro com seus capítulos curtos também levanta questões sobre a violência contra a mulher, a importância da família e os efeitos das perdas.
A leitura, com suas várias reviravoltas, foi muito boa, ágil e envolvente. Apenas achei que, ao meu ver, o final da história ficou sem aquele embate que tanto esperei o livro inteiro. Acredito que o autor fugiu do óbvio e conseguiu criar um final surpreendente. Final?
FICHA TÉCNICA
Autor: Pablo Zorzi
Editora: Astral Cultural
Gênero: Thriller Policial
Conhecendo um pouco mais Pablo Zorzi
Pablo Zorzi nasceu em dezembro de 1987, em Chapecó, Santa Catarina, onde vive ainda hoje.
Formado em farmácia, começou a escrever em 2014 e, em 2017, participou do projeto Fim de Semana do Terror, tendo escrito um conto em antologia a ser lançada pela Amazon, ao lado de grandes nomes do cenário nacional, como Raphael Montes, Ilana Casoy e Santiago Nazarian.
Publicado em 2019, seu romance de estreia — uma ficção científica intitulada WOW! O Primeiro Contato — esteve entre os mais vendidos do estande do Grupo Editorial Record na 19ª Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Em 2022, lançou seu primeiro suspense policial, O Homem De Palha. É membro da Associação Brasileira de Escritores de Romance Policial, Suspense e Terror (ABERST).
Postar um comentário
Antes de comentar, leia com atenção:
Qualquer comentário com teor ofensivo, palavras de baixo calão e qualquer tipo de preconceito ou discriminação será excluído.
Comente educadamente sobre a postagem ou sobre um comentário.
“Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.” – Cora Coralina.
Vamos deixar o planeta mais florido!
Beijos mil! :-)