Despertando “Anna O”



Olá, Perdidos! Vamos mergulhar no mundo sombrio, instigante e enigmático de “Anna O”, de Matthew Blake, um thriller psicológico que vai mexer com sua mente e, me arrisco a dizer, talvez até com seu sono. Blake nos apresenta uma trama que é um verdadeiro labirinto de mistérios e reviravoltas, onde cada capítulo é uma peça de um quebra-cabeça macabro. 

A narrativa gira em torno de Anna Ogilvy, uma jovem de família rica e influente, cuja vida toma um rumo inesperado quando ela é encontrada com uma faca ensanguentada ao lado de seus melhores amigos mortos. O mistério se aprofunda com a condição de Anna, que cai em um sono profundo conhecido como “Síndrome da Resignação”, desafiando os limites da psicologia e da medicina. 

Mas, estaria Anna agindo durante um episódio de sonambulismo? E quem comete um homicídio durante um episódio de sonambulismo é considerado culpado ou inocente? Foi a partir dessa premissa que Blake escreveu seu best-seller. Apostou e ganhou. 


As seis palavras enviadas para a família no WhatsApp se tornaram infames, de tanto que foram citadas. Quase todos os documentários sobre Anna O começam do mesmo jeito:
Me desculpem. Acho que matei eles.
 


A protagonista, Anna O, é uma aspirante a escritora com um futuro brilhante pela frente e uma figura que desafia qualquer tentativa de empatia (eu achei). Muito pelo contrário, ela é a personificação da antipatia, com seu ar de riquinha mimada e egocêntrica, que faz você se perguntar se ela não seria mais agradável, justamente, em um estado de sono contínuo. Mas não se engane, apesar de suas falhas (ou por causa delas), ela se torna uma personagem interessante que você não consegue deixar de lado até saber o que realmente aconteceu. Torcendo por ela ou contra ela. 





Seria ela, realmente, a culpada pelo crime do século? Uma vez que a justiça e a Coroa britânica não podem esperar que ela tire uma soneca eterna (lá se vão 4 anos dormindo), entra em cena o Príncipe para acordar a Bela Adormecida da vida real, Benedict Prince, um psicólogo forense com um nome que soa mais como um membro da realeza britânica do que um especialista em homicídios relacionados ao sono. 


– O único jeito de ajudar Anna é descobrir mais sobre seu passado. 


Sim, meus amigos e amigas, ele é o Sherlock Holmes dos sonâmbulos, o detetive dos devaneios, e está determinado a desvendar o mistério que é Anna O, enquanto lida com seus próprios dramas pessoais. E acredite, ele tem dramas suficientes para encher uma novela das nove. Se cuidem Walcyr Carrasco e João Emanuel Carneiro. 


– O ser humano médio passa trinta e três anos da vida dormindo. Nossos ancestrais pensavam que o sono era uma espécie de morte. Poetas escreveram que o sono seria uma segunda vida. Existe um mundo todo do sono que nossa sociedade atual mal conhece. Mas o que acontece de verdade quando dormimos? E, mais importante, por que não conseguimos nos lembrar do que aconteceu quando acordamos? 


O autor habilmente entrelaça as memórias de Anna, registradas em seu diário pessoal, com a perspectiva e a investigação de Benedict Prince. A busca de Prince pela verdade não é apenas profissional, mas também pessoal, pois sua ex-esposa, Clara, foi a primeira a chegar à cena do crime. E quando você pensa que as coisas não podem ficar mais complicadas, uma morte misteriosa entra em cena, como se a vida de Prince já não fosse suficientemente tumultuada. 





Blake evita clichês, principalmente o do especialista que se apaixona pela paciente. Em vez disso, Prince trata Anna como um mistério acadêmico, o que é uma abordagem refrescante, aumentando ainda mais a atmosfera tensa e envolvente com sua escrita afiada. 

Gostei muito da história que é enriquecida por personagens complexos e uma trama que mantém o leitor quebrando a cabeça, investigando e adivinhando até o último momento. Tenho que dizer que fiz muitas suposições e um personagem me pareceu suspeito desde o início e fui com ele até o final e AHA!, acertei em cheio. Acho que é por causa de tantos livros de Agatha Christie que estou lendo. 


Todo mundo projetava sua própria realidade na eterna juventude da Bela Adormecida. Ela era mítica e monstruosa, tanto predadora quanto vítima, congelada em fotografias. Objetificada de centenas de jeitos diferentes. 


Enfim... “Anna O” é um daqueles livros em capítulos curtos, cheios de ganchos para o próximo capítulo, perfeito para os fãs de thrillers, que você começa a ler e pensa: “Tudo bem, vamos encarar mais um thriller psicológico”. Mas então você se vê virando as páginas freneticamente (nem percebi que tinha 352 páginas) e se perguntando se algum dia vai conseguir dormir novamente sem se preocupar com o que seus sonhos podem revelar

Por isso, se você está procurando por uma leitura que combine o charme de uma protagonista desagradável com o mistério de um caso de homicídio pra lá de incomum, “Anna O” é o livro indicado para você. Só tenha cuidado quando você começar a questionar a realidade toda vez que fechar os olhos. 




 FICHA TÉCNICA 


Título: Anna O
Título Original: Anna O
Autor: Matthew Blake 
Ano: 2024 
Páginas: 352 
Editora: HarperCollins
Gênero: Thriller Psicológico 
Tradutor: Raquel Nakasone 


Conhecendo um pouco mais Matthew Blake 






O britânico Matthew Blake estudou Letras na Universidade de Durham e no Merton College, em Oxford. 

Antes de começar a escrever ficção, trabalhou como redator de discursos no Parlamento do Reino Unido

Inspirado por um amor duradouro por Agatha Christie e ficções de mistério, "Anna O" é o thriller policial de estreia do autor. 








Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 





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