Olá, Perdidos! Que Stephen King é o Rei do Terror ninguém duvida, mas nem só de livros aterrorizantes e sobrenaturais vivem seus súditos. Mistério e suspense estão presentes em Mr. Mercedes, uma trama policial sombria e envolvente. Ora, é claro que a história tem que ser sombria. É King!
A nível de informação, Mr. Mercedes é o primeiro livro da Trilogia Bill Hodges e, também, pertence ao Arco Holly Gibney, personagem muito querida pelos fãs das histórias de King, que constitui de mais outros cinco livros: Achados e Perdidos, Último Turno, Outsider, Com Sangue e Holly. O romance ganhou o Prêmio Edgar de Melhor Romance de 2015 dos Escritores de Mistério da América e o Goodreads Choice Awards de 2014 na categoria Mistério e Suspense.
Em Mr. Mercedes, mergulhamos em um thriller policial soturno, instigante e eletrizante em que a aposentadoria do detetive Bill Hodges se transforma em uma perigosa obsessão. Cheio de pensamentos autodestrutivos e atormentado pelo caso não solucionado de um atropelamento em massa, um massacre brutal que vitimou várias pessoas em uma fila de emprego em plena madrugada.
– Você conhece as três idades do Homem, não conhece? – pergunta Hodges.
Pete balança a cabeça e sorri.
– Juventude, meia-idade e você está ótimo, hein.
Sua vida monótona é abalada por uma carta misteriosa e provocativa, supostamente enviada pelo assassino que estava dirigindo o Mercedes cinza que vitimou as pessoas da fila. Com um novo fôlego para sua vida, Hodges, que se encontrava à deriva, se vê arrastado de volta para o mundo das investigações policiais, determinado a fechar o caso, desvendar a identidade do assassino e fazer justiça às vítimas.
Com o desafio sádico da carta, o jogo perigoso de gato e rato se inicia, e arrasta o detetive para um abismo de revelações desconfortáveis, sendo auxiliado por uma dupla improvável de aliados em sua busca por justiça e redenção: Holly Gibney, uma mulher de meia idade emocionalmente instável, e Jerome Robinson, um jovem talentoso da vizinhança. Sua oportunidade de, finalmente, encontrar paz e deixar o .38 Smith & Wesson do pai na gaveta.
Ele pega o revólver do pai, olha pelo cano e o coloca de volta em cima do guia da TV.
O Det. Apos. Bill Hodges é um personagem que nos conquista desde o momento em que sai da cozinha com uma lata de cerveja. Aposentado e desiludido com a vida, ele se vê confrontado por um novo desafio que o tira da poltrona onde assiste a TV e o força a enfrentar seus próprios demônios interiores. E King vai fundo e explora suas fragilidades, seus medos e suas motivações de forma profunda e bem realista.
Quanto a Mr. Mercedes, ele não é apenas um assassino inteligente, frio e calculista. Ele é um indivíduo bastante perturbado, movido por um desejo sádico de infligir dor e caos. King explora a mente do vilão com maestria, revelando também suas motivações, porém distorcidas, e sua obsessão por Hodges.
[...] que é doente mental, é claro que é, pessoas normais não jogam um carro em cima de uma multidão de gente nem pensam em matar o presidente dos Estados Unidos em um ataque suicida.
E com um ritmo frenético, a trama alterna entre a perspectiva de Hodges e do próprio Mr. Mercedes, o psicopata. Com uma imersão em suas mentes, acompanhamos não só seus pensamentos impróprios e suas motivações, mas seus traumas e suas obsessões e, nos questionamos a respeito dos limites da sanidade e da natureza do mal.
A escrita fluida e envolvente, com algumas reviravoltas inesperadas e outras previstas, torna a leitura extremamente viciante. Não dá vontade de largar o livro. Vou confessar que fiquei boquiaberta com o primeiro capítulo que parecia tão banal. Os acontecimentos são inesperados e aterradores. Não podia mais voltar atrás. Tinha que ler até o fim.
Está usando uma camisa surrada de Judas Coyne e os olhos estão avermelhados.
(A Estrada da Noite – Joe Hill)
O rosto da máscara era bem parecido com o de Pennywise, o palhaço do filme.
(It, a Coisa – Stephen King)
Além das descrições vívidas dos cenários e personagens, há referências a outras obras, suas ou de outros, tão característico de King. Mr. Mercedes é muito mais do que um thriller policial, é uma avaliação de temas como a dependência da tecnologia e o impacto do mundo digital em nossas vidas, do desemprego, da autoaceitação e do preconceito, da velhice, da solidão, do luto, dos limites da moralidade, do racismo e do poder da esperança e um lembrete de que o mal pode se esconder nos lugares mais inusitados.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Mr. Mercedes
Autor: Stephen King
Editora: Suma
Gênero: Thriller Policial
Tradutor: Regiane Winarski
Conhecendo um pouco mais Stephen King
Stephen Edwin King ou Stephen King, como é mais conhecido, é um autor norte-americano, e nasceu em 21 de setembro de 1947, em Portland, Maine. Cresceu lendo quadrinhos de terror e suspense, o que estimulou seu amor pelo gênero, tornando-o um dos mais notáveis escritores de sua geração de contos e romances de horror fantástico e ficção.
Apesar de ser reconhecido como escritor de terror, King escreveu obras fora desse gênero e sua popularidade aumentou ao serem levadas ao cinema histórias como: “Conta Comigo”, “Um Sonho de Liberdade” e “À Espera de um Milagre”. Além da telona, King foi parar na TV com séries.
De 1966 a 1971, Stephen estudou Inglês na Universidade do Maine, onde ele escrevia uma coluna para o jornal da universidade. Foi lá que ele conheceu Tabitha Spruce que se tornou sua esposa em 2 de janeiro de 1971.
Um de seus primeiros romances foi "Carrie".
Ele é conhecido como o Rei do Terror e seus livros já venderam mais de 400 milhões de cópias, com publicações em mais de 40 países sendo um dos autores mais traduzidos no mundo. E muitas de suas obras de terror foram adaptadas para o cinema. Ele também escreve sob o pseudônimo Richard Bachman.
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