[Conto Poe] O Retrato Oval



Olá, Perdidos! E lá se vão 215 anos de nascimento do maior poeta e escritor americano, Edgar Allan Poe, o pai das histórias de terror e mistério. Se você pensa que suas histórias falam de mundos e seres sobrenaturais não poderia estar mais enganado. Poe retrata tanto cenários como pessoas reais decadentes e muito assustadoras

Ele também foi pioneiro no gênero da Ficção Científica, das histórias de Detetive moderno e um dos maiores exemplares do estilo Gótico

Para comemorar a data trago O Retrato Oval, um de seus contos mais curtos (é muito curto mesmo!). O conto foi publicado pela primeira vez na Graham's Lady's and Gentleman's Magazine em 1842 com o nome de “Life in Death”, uma versão mais longa que incluía parágrafos de introdução. No entanto, em 1845, uma versão mais curta foi publicada no Broadway Journal com o nome que conhecemos hoje “O Retrato Oval”. 

Uma história que se divide em duas partes e possui uma narrativa dentro de uma narrativa. A primeira parte é o narrador anônimo descobrindo o retrato e a segunda parte é ele folheando um livro que encontra no castelo, uma referência aos quadros do local, onde ele lê “as palavras obscuras e bizarras” sobre o retrato oval da jovem de rara beleza. 






O narrador, um homem ferido que busca abrigo em um castelo abandonado, se depara com uma pintura que o fascina pela sua perfeição e realismo. Ao ler a história por trás da obra, ele descobre que se trata de um retrato de uma jovem que morreu enquanto posava para o seu marido pintor, que não percebeu o seu sofrimento e a sua decadência, pois estava absorto em sua criação. Tão absorto quanto o narrador ao olhar para a pintura. 



Mais uma obra que, mesmo tão curta, nos arrasta para os confins de uma mente perturbada. O pintor, que deveria amar a sua esposa, a sacrifica em nome da sua arte, e só se dá conta do seu erro quando é tarde demais. A jovem, que deveria ser a sua musa, se torna a sua vítima, e só sobrevive na tela, como uma imagem idealizada e inanimada. 


Possuído por ardoroso frenesi, mal desviava os olhos da tela, nem mesmo para fitar o semblante de sua esposa. 


O Retrato Oval é um conto de terror e mistério que explora a relação entre a arte e a vida, o amor e a obsessão, a beleza e a morte. Uma crítica à visão romântica da arte como uma expressão sublime e transcendente, que ignora os custos humanos e morais envolvidos no processo artístico. Para o quadro nascer é necessário que a modelo morra. 

Como eu disse antes, Poe só mostra as pessoas como elas são. Suas obsessões não são sobrenaturais, embora possam parecer. O pintor, obcecado com sua obra-prima não dá atenção a sua jovem esposa que se desvanece com o passar do tempo, enquanto o pintor se dedica a capturar a sua perfeição na tela. 

Poe quer nos mostrar que a arte pode ser tanto uma fonte de beleza e prazer, quanto de terror e sofrimento, dependendo da forma como é concebida e apreciada. Seja lá o tipo de arte que for. Ele nos faz refletir sobre os limites da arte e sobre o papel do artista e do espectador diante de uma obra. 


Descobri que o encanto da pintura estava na perfeição absoluta do rosto retratado, que de início me surpreendera e depois me atordoara, subjugara e me enchera de terror. 


Portanto, o retrato é um símbolo da decadência e da mortalidade, refletindo a visão sombria e trágica de Poe sobre a arte e a realidade. O conto também explora os temas do amor, da morte, da culpa e da loucura, tão recorrentes em sua obra. No blog tem várias resenhas de seus contos. 

Em O Retrato Oval a beleza é imortalizada na eternidade de uma tela e a vida é aprisionada para todo sempre no espaço de uma moldura oval. 




Autor: Edgar Allan Poe 
Título: O Retrato Oval 
Título Original: The Oval Portrait 
Ano: 1842 
Gênero: Conto de Terror 










Até a próxima! 
Beijos mil! :-)

Criss 






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