[ESTANTE DO NOEL] “Nosferatu” Na Terra Do Natal



Olá, Perdidos! Espectro e fantasma são sinônimos, portanto, a resenha de hoje está dentro do meu planejamento de fazer resenhas de histórias com fantasmas. Mesmo que este fantasma seja um Rolls-Royce Wraith (Espectro) 1938. Percebeu a pegadinha? 

Enfim... Imaginar algo tão sombrio e monstruoso em plena época de Natal é como andar fora da estrada e bater a toda velocidade numa árvore. Mas eu gosto. Acho que faço parte da lista dos bonzinhos e dos malvados, tudo junto e misturado. Fazer o quê, né? E é isso que temos em Nosferatu, de Joe Hill

Nosferatu (ou NOS4A2) nos leva a uma viagem extremamente alucinante pelo mundo do terror e da fantasia sombria, criando um clima de medo, repulsa e suspense. Na história, a realidade se mistura de tal forma com a fantasia que não é possível distingui-las. 






Victoria (Vic) McQueen, desde criança tem o poder de encontrar coisas perdidas através do Atalho, uma ponte coberta mágica que surge quando ela pedala ferozmente sua bicicleta Raleigh. É claro que um dom desses não viria de graça, como Vic descobre com o passar dos anos. Esse dom tem um preço e ele é bem alto: cada vez que ela o usa, ela perde um pouco de sua sanidade e de sua saúde. 

Algum tempo depois, Vic descobre que não é a única no mundo que possui poderes estranhos. Ela conhece Maggie, uma bibliotecária que usa um jogo de palavras cruzadas para prever o futuro, e sabe da existência de Charlie Manx, um homem sinistro que sequestra crianças em seu Rolls-Royce Wraith 1938 e as leva para a Terra do Natal, onde elas nunca mais crescem e se tornam medonhas. 

Quando criança Vic atravessou o Atalho, “uma ponte além do possível” e enfrentou Manx e ela escapou por pouco. Adulta, ela tenta levar uma vida normal, aceitando o fato de que tudo não passava de imaginação de criança. No entanto, Manx reaparece com o objetivo de se vingar e sequestra seu filho, Wayne. Vic precisa usar seu poder e desta vez com o auxílio da moto Triumph para encontrar e salvar seu filho e, é claro, eliminar Manx de uma vez por todas. 



Aquele filho da puta maluco quer que todo dia seja igual ao Natal, mas eu vou dar a ele a porra do Quatro de Julho. 





Que livro maravilhoso! Apesar de suas 611 páginas, é uma história tão envolvente que não dá sequer para perceber o calhamaço que ele é. 

Hill criou personagens complexos em meio a cenários assustadores e cheios de detalhes onde se passa a trama pra lá de cativante, recriando neste universo rico a sua visão de vampiro. Que se revela na irônica placa do Rolls-Royce, NOS4A2 (a qual se lê Nosferatu). 


– Sua placa significa alguma coisa? – indagou ele. – NOS4A2?
– Leia o quatro como four e o dois como two: a placa forma a palavra Nosferatu – respondeu Charlie Manx.
– Nosfer-quem?
– É uma das minhas piadas internas. Minha primeira mulher uma vez me acusou de ser um Nosferatu. Não usou essa palavra específica, mas outra bem próxima. 


Essa fantasia sombria subverte os elementos clássicos do Vampiro, do Papai Noel e do Parque de Diversões. Elementos que sugerem terror, bondade e diversão. E tudo fica mais macabro quando a Terra do Natal, na verdade, é um lugar que se deve temer. 

Sem mencionar o fato de que tanto a imaginação quanto o poder sobrenatural, que fazem os personagens criarem e acessarem mundo interiores, trazem consequências negativas para a saúde, a sanidade e a moral de quem tem esse talento. 





E é nesse bololô que o autor explora temas como família, trauma, amizade, redenção e loucura, expondo as relações humanas, os conflitos, as motivações e as escolhas, boas ou não, dos personagens em meio as nuances entre o bem e o mal. 


Contra esse fundo de vapor flutuante, Manx parecia uma atração circense: um esqueleto humano com pernas de pau, uma figura inacreditavelmente esquelética, alta, devastada, vestida com um fraque antiquado. A cabeça calva e deformada e o nariz adunco lembravam abutres. 


Ele também permite que conheçamos melhor cada um dos personagens e suas perspectivas, pois a história é narrada de forma intercalada por Vic, Manx e outros personagens. O que torna seus “personagens tridimensionais, imperfeitos e imprevisíveis”, como divulgou o site de notícias HuffPost (o antigo The Huffington Post). 

E haja ação! O livro é recheado de momentos cheios de emoção, reviravoltas, suspense, mais reviravoltas e muita ação, principalmente, nas últimas páginas quando o ritmo fica cada vez mais acelerado, o que me deixou sem fôlego até chegar ao final impactante


Pensamentos e sentimentos não passam de um tipo diferente de energia, iguaizinhos à gasolina. 


Eu passei por várias sensações, como: raiva, angústia, tristeza, alegria, solidariedade, empatia e, é claro, medo. E, principalmente, medo de que o desenvolvimento da história fosse direcionado para um final decepcionante. Felizmente, nada disso ocorreu. Foi um belo encerramento de leituras de 2023. 

Perturbador, sim. Fascinante, sim. Irônico, em certos momentos, sim. Um mundo de fantasia sombria em que nada é o que parece ser. E em que tudo pode acontecer. 


É Natal, enfermeira Thornton. – O médico deu uma piscadela. – A senhora não sabe que esta é a época mais maravilhosa do ano? 


A Terra do Natal está esperando... por VOCÊ





Autor: Joe Hill 
Título: Nosferatu 
Título Original: NOS4A2 
Ano: 2014 
Gênero: Terror e Fantasia Sombria 








Até a próxima! 
Beijos mil! :-)

Criss 






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