Tome A Xícara Inteira “Antes Que O Café Esfrie”



Olá, Perdidos! Já imaginou entrar numa cafeteria, praticamente uma porta escondida num beco, sentar, pedir um delicioso cafezinho e de quebra uma viagem no tempo? É exatamente isso que acontece no livro Antes Que O Café Esfrie, de Toshikazu Kawaguchi

Não tinha ideia do que esperar desse livro, apesar de ter ouvido e lido comentários positivos sobre ele. E um dos conceitos mais empolgantes da ficção científica é a viagem no tempo. Vai me dizer que nunca pensou como seria viajar ao passado para mudar alguma coisa da qual se arrepende de ter feito ou avançar vários anos à frente e conhecer o futuro e suas novidades tecnológicas? Quem você gostaria de encontrar? Acho que até mesmo sem querer a gente pensa nisso. 

Claro que com o conceito de viagens no tempo é possível abrir a porta da teoria de realidades paralelas. Mas, isso é outra história. Vou me ater a premissa de viajar para o passado ou para o futuro tomando uns goles de café. 


O café servido era feito de grãos da Etiópia, que têm um aroma único. Porém, nem todos gostavam – apesar de ser deliciosamente aromático, alguns achavam eu amargor frutado e suas notas complexas um pouco fortes demais. 


Embora não se trate especificamente de um livro de ficção científica, o interessante é o debate inovador da viagem no tempo como ponto de virada na vida das pessoas que se atrevem a cruzar as fronteiras do tempo. E poderia ser diferente? Acho que não. 

E vou dizer: é um livro incomum que faz a gente pensar “E se fosse possível?”. Então, prepare um café do seu gosto, sirva-se e leia esta resenha antes que o café esfrie


É justamente este tema tão fascinante que me levou a um café no subsolo de Tóquio chamado Funiculì Funiculà, famoso pela lenda urbana de que lá é possível viajar no tempo. Nesse local mágico, que existe há mais de cem anos, acompanhei a jornada pelo passado de quatro pessoas que se atreveram a realizar essa viagem para reencontrar alguém especial. 


um pequeno letreiro em uma ruazinha silenciosa, quase um beco. Por ser um café subterrâneo, não tinham como saber como era por dentro. 


Contudo, essa experiência pra lá de diferente tem algumas regras que devem ser cumpridas à risca, pois as consequências podem ser desastrosas para o viajante. Algumas dessas regras são: 


  • o viajante no tempo só pode encontrar pessoas que já estiveram naquele café
  • deve se sentar em uma cadeira específica e não pode sair dela
  • faça o que fizer no passado o presente não pode mudar
  • e, o mais importante, deve voltar antes que o café esfrie


Há mais algumas regras, mas o bom é descobri-las durante a leitura. Tal quantidade de regras estranhas faz a maioria das pessoas se sentirem desencorajadas e perderem o interesse na viagem. 


Não faço a mínima ideia de quanto tempo um café quente leva para esfriar. 


E você pensa “do que adianta eu viajar ao passado se não posso mudar o presente?”. Na verdade, é exatamente isso que todos pensam a princípio. Eu mesma pensei assim. Mas, a viagem é muito mais do que tomar um cafezinho e dar uma voltinha em um determinado período da sua vida. Os personagens que encaram essa viagem precisam lidar com as suas expectativas e frustrações. E o resultado é surpreendente. 

Cada viagem é emocionante do seu jeito e cada uma traz reflexões sobre o valor do tempo e das relações humanas e sobre as nossas escolhas e as consequências em nossa vida. E ao final fica uma dúvida: será mesmo que não é possível mudar o presente? 





Aqui estão alguns pontos-chave sobre o livro:


  1. ELEMENTOS: O romance mescla elementos de ficção e drama, utilizando como pano de fundo o tema da viagem no tempo. Uma história que mistura fantasia e realidade, nostalgia e esperança, tristeza e alegria. Elementos que abrangem os pontos opostos que dão vazão ao turbilhão de emoções, promovendo conforto, consolo e empatia no decorrer da leitura. 
  2. HISTÓRIAS: O livro é dividido em quatro capítulos. Cada capítulo conta a história de um personagem diferente que deseja voltar no tempo por algum motivo pessoal. Essas histórias de alguma maneira se entrelaçam e mostram as consequências das escolhas desses personagens. 
  3. TEMAS UNIVERSAIS: Através da viagem no tempo, o livro explora questões humanas e universais que movem os personagens como o amor, a perda, as recordações, a amizade, a gratidão e a redenção. O foco do livro é justamente os dramas que cada personagem resolve enfrentar. 
  4. REFLEXÕES: O autor nos convida a refletir sobre o passado, as relações interpessoais e a importância de valorizar o presente e apreciar cada momento que está sendo vivido. 
  5. ORIGENS E ADAPTAÇÕES: Originalmente escrito como uma peça de teatro, a história foi adaptada para se tornar um romance em 2015. O livro foi sucesso no Japão e em vários países, sendo considerado um best-seller. Também foi adaptado para o cinema no Japão com o título de Café Funiculi Funicula, dirigido por Ayuko Tsukahara. 




Se a cadeira era capaz de mudar o coração de alguém, ela claramente servia para alguma coisa. 


Além dos clientes que se aventuram pelo tempo, temos Nagare e Kei, donos da cafeteria e Kazu, a garçonete e a responsável por servir o místico café e alertar a clientela sobre as tais regras da viagem. Como uma espécie de guardiões do tempo, eles são os encarregados por proteger o café e a cadeira especial onde o viajante deve sentar. 





Apesar de dar uma sensação agridoce, justamente por não ser possível alterar o presente, é um livro comovente e encantador em que seus personagens são cativantes. Eu não só me emocionei como gostei demais das histórias, especialmente das de Kohtake e Kei. Duas mulheres fortes e que ao seu modo se comprometeram e aceitaram o seu destino com uma nova perspectiva


A água escorre dos lugares altos para os mais baixos. Sempre. É a natureza da gravidade. As emoções também parecem agir de acordo com a gravidade. Na presença de alguém com quem se tem laços, a quem você já confiou seus sentimentos, fica difícil mentir sem que o outro perceba. A verdade simplesmente quer fluir, se libertar. 


Pensando nisso agora, percebi que só mulheres fizeram a viagem no tempo(!). Seremos mais corajosas, aventureiras, curiosas ou dispostas a encarar nossos remorsos e tentar repará-los de algum modo? 

Só posso dizer que o livro me pegou de jeito, não esperava nada e recebi uma experiência de leitura agradabilíssima e que me fez pensar em como seria maravilhoso se realmente existisse um cafezinho capaz de me levar ao passado ou, quem sabe, ao futuro, mesmo que as regras da viagem fossem totalmente malucas. Mas, viajar no tempo já não é uma maluquice? 



 FICHA TÉCNICA 


Autor: Toshikazu Kawaguchi 
Título: Antes Que O Café Esfrie 
Título Original: Before The Coffee Gets Cold (em inglês) 
Título Original: コーヒーが冷めないうちに (em japonês) 
Ano: 2022
Páginas: 208 
Editora: Valentina 
Tradução: Priscila Catão (tradução do inglês) 
Gênero: Ficção 

  

Conhecendo um pouco mais Toshikazu Kawaguchi  







Toshikazu Kawaguchi nasceu em Osaka, no Japão, em 1971. Foi produtor, diretor e dramaturgo do grupo teatral Sonic Snail. Como dramaturgo, seus trabalhos incluem COUPLE, Sunset Song e Family Time. 

“Antes Que O Café Esfrie” é a adaptação de uma peça da 1110 Productions, escrita por ele, que ganhou o grande prêmio do 10º Festival de Teatro de Suginami. 

O livro “Antes Que O Café Esfrie” é um bestseller do USA Today e do Times de Londres e alcançou o 1º lugar na lista de mais vendidos da famosa rede de livrarias Waterstones, no Reino Unido, onde figurou por 23 semanas consecutivas e foi o romance traduzido de ficção literária internacional mais vendido de 2020. No Japão, ultrapassou a incrível marca de 1 milhão de livros vendidos e segue fazendo sucesso em outros países. 

O livro faz parte de uma série: “Antes Que O Café Esfrie”; “Antes Que O Café Esfrie 2”; “Before Your Memory Fades”; “Before We Say Goodbye”; e “Before We Forget Our Kindness”. 








Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 






Postar um comentário

Antes de comentar, leia com atenção:

Qualquer comentário com teor ofensivo, palavras de baixo calão e qualquer tipo de preconceito ou discriminação será excluído.

Comente educadamente sobre a postagem ou sobre um comentário.

“Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.” – Cora Coralina.

Vamos deixar o planeta mais florido!

Beijos mil! :-)




Meu Instagram

Copyright © Perdida Na Lua Cheia. Feito com por OddThemes | Personalizado por o¤°SORRISO°¤o