[ESTANTE DO NOEL] [Conto Algernon Blackwood] A Bolsa De Viagem



Olá, Perdidos! Nada como uma Noite de Natal Fantasmagórica popularizada pelos povos mais antigos da Europa que sem os recursos dos dias atuais, sentavam-se ao redor de uma fogueira ou em frente a uma lareira bem quentinha não só para aquecer os pés como também para aquecer a alma e relembrar aqueles que partiram. 

A tradição oral de contar histórias era o meio de unir as pessoas, aquecer o corpo e o coração e animar ou assustar os ouvintes, exorcizando seus medos, além de ser um meio de propagar o folclore através de várias gerações. 

O conto de hoje é A Bolsa De Viagem, de Algernon Blackwood, e foi publicado pela primeira vez em Dezembro de 1908 na edição especial de Natal da revista Pall Mall






Johnson é secretário particular de um importantíssimo advogado britânico e ao ouvir a sentença no tribunal inocentando o assassino John Turk sob alegação de insanidade sai em disparada até os aposentos de seu chefe para lhe contar o veredito que lhes deu a vitória do caso. 

Com o intuito de sair de férias natalinas para esquiar nos Alpes, após o cansativo e aterrorizante julgamento que levou dez dias para terminar, o jovem pede emprestado uma bolsa de viagem ao advogado, uma vez que partiria na manhã seguinte antes das lojas abrirem. 

Mais tarde naquele dia, a bolsa de viagem é entregue a Johnson na casa que aluga. 

Porém, arrumar as roupas e acessórios na bolsa para sua viagem torna-se um ato do mais puro horror. 



É difícil dizer exatamente em que momento o medo começa, quando as causas desse medo não estão plenamente visíveis. 




Olhar “para a cara do homem que executara, com detalhismo insensível, um dos assassinatos mais brutais e desumanos” foi demais para Johnson. O rosto do assassino e os relatos de como o corpo da mulher assassinada foi desmembrado e depois encontrado não saíam de sua cabeça. 

Em certo momento, quando está arrumando suas roupas para a viagem, a bolsa lembra o rosto do assassino. Seu cabelo preto cobrindo a testa, sua pele branca e horrível. 


E foi nesse exato momento que o nervosismo que ele tinha sentido até ali passou do limite e entrou no estado do medo, um medo quase agudo e irracional. Antes que virasse pavor, havia mais um limite a atravessar, e depois disso ficava a região do puro horror. 


Sons estranhos, passos suaves e sorrateiros, rajadas de vento, tudo conspira para o desequilíbrio da mente assustada e sobressaltada. 

A história prossegue em camadas. O jovem arruma as roupas na bolsa, escuta um som, pergunta se é a senhoria, se acalma e começa tudo de novo. Através de risadas nervosas e um sentimento desagradável ele prossegue na arrumação, mantendo-se firme em seu objetivo. 

Entre um susto e outro a tensão cresce e o medo do que não se vê aumenta o desespero. O que é realidade e o que é inventado pela mente impressionada? 


ele ouviu o som distinto da bolsa de viagem se arrastando pesadamente pelo piso aos trancos e, bem na frente do rosto dele, soou mais uma vez o suspiro de um ser humano. 


Um conto bem apavorante e que mostra como o medo do desconhecido e do invisível pode instigar a imaginação, principalmente quando lembranças assombrosas parecem ganhar vida. Lamentavelmente, acho que o Natal de Johnson não vai ser tão feliz assim, mesmo que seja esquiando nos Alpes e dançando à noite com belas moças com bochechas rosadas. 




Autor: Algernon Blackwood  

Título: A Bolsa De Viagem 

Título Original: The Kit-Bag  

Ano: 1908 

Gênero: Conto de Terror Natalino 










Até a próxima! 
Beijos mil! :-)

Criss 




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