O Ciberespaço Criado Por William Gibson

Olá, Perdidos! Parabéns! Hoje é aniversário do autor américo-canadense William Gibson (17/03/1948) e Neuromancer é sua obra mais conhecida. Nunca ouviu falar? Mas garanto que conhece o filme Matrix, então vai conseguir visualizar o mundo de Neuromancer onde o ciberespaço é praticamente palpável. 






Para mim, ler Neuromancer foi uma experiência incrível e explosiva impulsionada pela LC do perfil do IG @nerdvino algum tempo atrás. Pura adrenalina. Um ritmo acelerado em que a ação nunca parava e que me marcou justamente por essa velocidade ensandecida. Às vezes, uma leitura confusa, cheia de jargões e termos próprios numa linguagem quase suja, mas a correria, as conexões, as viagens me levavam em frente, embalada, até chegar extasiada ao final. 

Neuromancer, lançado em 1984, é o primeiro volume da consagrada Trilogia do Sprawl, seguido por Count Zero (1986) e Mona Lisa Overdrive (1988). Escrito de uma forma bem diferente acabou ganhando a “tríplice coroa da ficção científica”, os Prêmios: Nebula, Philip K. Dick e Hugo. É uma joia clássica da ficção científica combinada com o mundo cyberpunk, onde temos a ótica da alta tecnologia se misturando com a degradação social. 

Essa obra emblemática protocolou conceitos de um “profeta noir” popularizando termos antes mesmo da presença maciça da Internet no mundo. 


Eles capturavam o neon da rua e o distorciam, e ocorreu a Case que essas eram as estrelas sob as quais ele viajava, seu destino traçado numa constelação de cromo barato. 


Agora, imagina a ideia de Matrix em 1984 (aninho profético esse, não é mesmo?), ano em que a Apple lançava seu Macintosh e Mark Zuckerberg era apenas um recém-nascido e nem imaginava fundar o Facebook, a rede social mais acessada do mundo. Difícil, né? A tecnologia até estava lá, mas não do jeito que Gibson imaginou. 



Foi ele que nos trouxe as noções de Inteligência Artificial (IA), ciberespaço, realidade virtual, ligações neurais com personagens, implantes cibernéticos. Para muitas pessoas parece até conto da carochinha, afinal tudo isso parece que sempre esteve presente em nossas vidas. Só que... Nananinanão! Era algo inédito. 

Gibson viu além. Em seu conto Burning Chrome ele cunhou a expressão ciberespaço que foi amplamente usada em Neuromancer. O ciberespaço é o local onde os fios da grande teia se formam e se conectam num ambiente de interação de humanos com as várias tecnologias e onde todo tipo de informação circula. 

Em 1982, portanto dois anos antes da publicação de seu romance de estreia, chegava aos cinemas Blade Runner e, após vinte minutos de exibição, Gibson se viu forçado a reescrever os primeiros dois terços do livro para desvincular sua história do filme e não pensarem que ele o havia copiado. Que trabalhão, hein!? 


Ele mudou a aparência do mundo e também nossa forma de ver o mundo. 
William Gibson 
(em entrevista à revista Wired sobre o filme Blade Runner em 2017)
 



Neuromancer 

Só para esclarecer o título do livro, ‘mancy’ é um sufixo em inglês derivado do francês antigo ‘mancie’, do latim tardio ‘mantīa’ e do grego ‘manteia’. Em outras palavras, significa descobrir o conhecimento oculto ou conhecer o futuro por meios místicos. Logo, um neuromancer (ou neuromante, em português) é a pessoa que busca conhecimento ou visualiza o futuro através de suas conexões neurais com a Matrix. É a mente humana como alvo de Gibson. 


Cyberpunk 

Foi através do escritor Bruce Bethke que o termo foi criado em 1980 em seu conto Cyberpunk, que só foi publicado em 1983 pela revista de ficção científica Amazing Science Fiction Stories

A expressão é a junção das palavras ciber, de cibernética que é o estudo científico do controle dos processos de comunicação entre homens e máquinas; e punk, forte expressão ideológica da contracultura. 

Com uma reflexão política sobre a sociedade pós-moderna, o movimento cyberpunk, subgênero da ficção científica, critica as implicações trazidas pela revolução da informática em que até mesmo as emoções parecem não ter valor. 





O livro Neuromancer conta a história de Case, um cowboy do ciberespaço treinado pelos melhores, ou seja, um hacker da Matrix, local cheio de segredos e lugares misteriosos. Contudo, após uma tentativa de enganar seus chefes, tem seu sistema nervoso contaminado por uma toxina que o impede de entrar na Matrix. Vagando pelos subúrbios de Tóquio, ele se envolve em uma jornada que mudará para sempre o mundo e a percepção da realidade, em que uma força quer se libertar! Sem falar que tem a Molly Millions que é a melhor personagem do livro. Que mulher danada! 


e ainda assim ele via a matrix em seu sono, grades brilhantes de lógica se desdobrando sobre aquele vácuo sem cor... 


A história é uma bela(?) distopia futurista, pois aqui os avanços tecnológicos existem e são muitos, mas batem bem de frente com o total descaso social. 

O declínio na qualidade de vida dos cidadãos, num mundo altamente tecnológico e uma sociedade cada vez mais automatizada, é visível na sujeira nas ruas, na violência a cada esquina, nas drogas, nas armas, no crime organizado, na dependência das grandes corporações, assim como no poder de um governo corrupto e rivaliza com o pseudoglamour dos hackers digitando em seus teclados e descortinando um novo espaço, um novo mundo, nem um pouco mais seguro que o real, através de seus computadores. 



BEM-VINDOS À MATRIX DE WILLIAM GIBSON! 



Doe livros, presenteie livros ou, apenas, indique livros. 
Incentive a leitura! 







Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 





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