[ESPECIAL JAPÃO] A Borboleta Branca

Olá, Perdidos! Borboletas ou Chō (em japonês) são insetos que transmitem leveza, suavidade e alegria com suas cores vívidas. Sempre em busca de néctar, elas pousam de flor em flor, uma rotina que vem sendo cumprida há milhões de anos. Arautos da chegada da Primavera e do Verão, espalham sua delicada magia por onde voam. 






Desde o surgimento do Homem elas são associadas tanto aos Deuses quanto aos demônios, ora sendo mensageiras de boas notícias ora esquadrinhando a conduta duvidosa dos seres humanos. 

O folclore criado em torno da borboleta surgiu na China, mas os japoneses assimilaram muito bem esse lindo e maravilhoso inseto voador em sua cultura. Símbolo de alegria, fragilidade, longevidade, liberdade e renascimento, as borboletas ganharam destaque. 

E na cultura japonesa elas representam o ciclo da vida desde o nascimento até a morte onde sua metamorfose revela a busca do ser humano por uma transformação ambulante que é melhor “do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Realizando a travessia da mortalidade para a imortalidade. 

No rico folclore do Japão, a borboleta possui uma íntima conexão com as almas. Os espíritos dos mortos adquirem a forma de borboletas para fazer seu caminho pela eternidade.  

Conta a lenda que durante a revolta de Quioto que ocorreu no final do Período Heian (794 – 1185) surgiu uma enorme nuvem de borboletas que deixou a população temerosa. O avistamento do panapaná deu-se quase no momento em que o samurai Taira no Masakado liderou o primeiro levante oficialmente registrado contra o governo central em Quioto. Segundo a crença, seria o sinal de que muitas pessoas iriam morrer na batalha, uma vez que as borboletas representam as almas que deixarão seus corpos. Indicando que a morte não passa de outra transformação. 





Outra lenda conta uma história considerada verdadeira por muitos. É a... 


Lenda da Borboleta Branca 

Sr. Takahama, um ancião que morava atrás do cemitério de Sozanji, era uma pessoa gentil que gostava de seus vizinhos, embora muitos o considerassem maluco por nunca ter se casado ou expressado maior interesse nas mulheres. Seja como for, lá estava ele levando uma vida simples e honesta apesar das fofocas. 

Num dia de verão, o Sr. Takahama adoeceu e pediu para que chamassem sua cunhada e seu sobrinho que fizeram de tudo para confortá-lo nos momentos que lhe restavam de vida. 

Enquanto os dois amparavam o ancião, ele adormeceu. Mal caiu no sono e uma borboleta branca pousou em seu travesseiro. Por três vezes o sobrinho tentou espantá-la com um leque, mas ela sempre voltava como se não quisesse deixar o enfermo. 

Por fim o sobrinho de Takahama conseguiu enxotar a borboleta para o jardim que voou até o cemitério descansando suas asas ao pousar num túmulo e sumindo misteriosamente a seguir. 

Curioso, o jovem foi até o túmulo e viu a inscrição com o nome “Akiko”, uma jovem mulher que morrera aos 18 anos de idade. Embora a sepultura fosse muito antiga, erigida há uns 50 anos, e estivesse cheia de musgos, ele notou que estava rodeada de flores frescas e que um pequeno vaso tinha sido enchido com água recentemente. 

Ao voltar para casa, soube que seu tio falecera e contou para sua mãe o ocorrido com a borboleta no cemitério. 

“Akiko?”, perguntou a mãe. “Meu filho, quando seu tio era jovem, estava prometido para a bela Akiko, que morreu de tuberculose poucos dias antes de se casarem. Quando ela deixou este mundo, seu tio decidiu morar perto de sua sepultura e jurou que nunca se casaria. Durante todos esses anos, até o final de sua vida, ele se manteve fiel a esse juramento e guardou no coração a doce lembrança de seu único amor. Dedicado à sua memória, diariamente, seja durante a suave brisa perfumada das flores ou através do frio intenso da nevasca, ele ia ao cemitério, rezava por ela, limpava a sepultura e depositava flores. 

Quando Takahama não pôde mais cumprir essa tarefa, e estava prestes a partir para a “Terra da Primavera Amarela”, Akiko veio buscá-lo sob a forma daquela borboleta branca, tão alva e serena”. 

Pouco antes do seu último suspiro, Takahama docemente murmurou: 


Onde as flores dormem, 

Graças a Deus eu dormirei esta noite. 

Borboleta venha me buscar!  


A borboleta branca representava a alma doce e amorosa de Akiko em busca de seu eterno prometido e amado Takahama. 

Lindo, não?! 


Sempre nos encantando, as “borboletas são pétalas que aprenderam a voar.” 


Doe livros, presenteie livros ou, apenas, indique livros. 
Incentive a leitura! 










Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 





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