“Adeus Ao Mestre” No Dia Em Que A Terra Parou

Olá, Perdidos! Quando se fala em nave alienígena, não raro olhamos para o céu em busca de algum Objeto Voador Não Identificado, o famoso OVNI, no formato de disco, charuto, pirâmide e com luzes nas bordas. Imagine ver uma nave de uma civilização de outro sistema ou galáxia aterrissando em nosso planeta! Seria um acontecimento incrível, não? Mas, não é exatamente assim que acontece no conto Adeus Ao Mestre, do americano Harry Bates.  





A história é contada sob o ponto de vista de Cliff Sutherland, um repórter fotográfico freelancer que procura a foto perfeita do robô que veio do espaço. 

Tudo começou há três meses, quando uma nave de origem desconhecida se materializou próximo ao Museu Smithsonian, em Washington, capital dos Estados Unidos. De dentro da nave, apareceram um ser de aparência humana e um robô gigantesco, de uns 6 metros de altura, feito sem emendas a partir de um metal verde estranho. 

Eu sou Klaatu e este é Gnut” foram as únicas palavras proferidas por Klaatu antes de ser morto por um fanático e, no instante de sua morte, o robô Gnut, servo de seu companheiro humanoide, se autodesativou. 

Agora, que Klaatu está enterrado, nave e robô fazem parte do museu e Cliff descobre um segredo que faz os holofotes se voltarem para ele. É sua grande chance de se destacar com uma matéria exclusiva. 




Foi uma leitura muito interessante, pois o conto Adeus Ao Mestre, de 1940, foi a inspiração para a famosa adaptação cinematográfica O Dia Em Que A Terra Parou, de 1951. E confesso que nem imaginava. 

O filme tornou-se um clássico da ficção científica que responde nossa incessante pergunta “Estamos sós no universo?” quando um alienígena nos visita e para todos os tipos de mecanismos a fim de que a humanidade consiga ouvir sua mensagem de paz e sua advertência com os perigosos rumos que está levando a Terra à beira da destruição. 

A adaptação foi realizada em tempos de Guerra Fria, um período de tensão entre Estados Unidos e a antiga União Soviética, que perdurou de 1947 à 1991, a ameaça vinha do espaço (e vinha mesmo, mas do nosso próprio espaço terrestre) com seus “robôs gigantes” ameaçadores da tecnologia da era atômica


De pé, como um poderoso Deus das máquinas saído de uma civilização científica nunca imaginada, sua face parecia trazer uma expressão pensativa e solene. 


No conto, a pergunta sobre nossa “exclusividade” no universo também foi respondida e, infelizmente, mostramos ao alienígena gente boa, Klaatu, nossas boas-vindas no pior estilo da raça humana que na história ambiciona ser uma civilização tecnológica que já faz pequenas viagens aos planetas vizinhos. 




E tem muita coisa diferente nessa história, como 

  • uma nave alienígena que simplesmente surge do nada, se materializa em plena capital americana 
  • um protagonista nem um pouco heroico e com uma moral duvidosa (geralmente são os melhores) 
  • um robô, realmente, gigantesco angustiado (!!??) pela perda de seu mestre 
  • a consternação de bilhões de pessoas pela morte de um embaixador alienígena, o que é uma grande novidade 

As motivações de Cliff, o repórter fotográfico e protagonista, ficam claras logo de cara: ele quer reconhecimento, fama e dinheiro. E pretende conseguir tudo isso através de fotos exclusivas de Gnut que, teoricamente, deveria estar desativado, mas parece tramar alguma coisa no Museu. 





Mas, quais as reais intenções de Gnut? Revidar pelo modo como o trataram, por fazerem experiências invasivas em seu corpo? Se vingar pelo assassinato de seu mestre? Simplesmente, partir dali e voltar para seu planeta? #PartiuCasaGnut. Nada fica claro. E nos sentimos parceiros de Cliff, acompanhando o repórter em suas dúvidas, fazendo perguntas, imaginando e realizando descobertas impressionantes. 


O que Gnut estaria pensando? Quais poderiam ser os pensamentos de um robô – de um mecanismo de metal diferente do barro do qual foi feito o homem? 


Lembre-se de que um filme diverge de um livro. São linguagens diferentes e neste caso são épocas e problemas que tornam conto e filme obras distintas. Até mesmo os dois filmes, o original de 1951 e a refilmagem de 2008 com Keannu Reeves, diferem entre si. No original, a ameaça era a corrida armamentista e na refilmagem são os danos causados ao meio ambiente. Épocas diferentes, problemas diferentes. 

E o robô que no conto se chama Gnut, nos filmes é apelidado de GORT (Genetically Organized Robotic Technology ou Tecnologia Robótica Geneticamente Organizada). É no filme que aparece um dos comandos mais famosos de toda ficção científica: “Klaatu barada nikto”. 





Como curiosidade, em Star Wars: O Retorno de Jedi, Jabba, the Hutt possui um capanga chamado Klaatu e outro chamado Barada, além de se referir à espécie Nikto. 

Não posso esquecer a música do Raulzito. Isso mesmo. Calma, a música não entrou de gaiata, pois ela é maravilhosa e antevê um mundo em lockdown: “Essa noite eu tive um sonho, De sonhador, Maluco que sou, eu sonhei, Com o dia em que a Terra parou”.  Dá um play aqui embaixo e veja os trailers dos filmes e o clip da música. 









Se vale a pena ler? Claro. O conto é curto, apesar de estar dividido em sete partes, e não podemos esquecer que foi a base para o filme que se tornou um clássico da Ficção Científica. Ele é diferente e o final, surpreendente. É para ficar pensando. 



Autor: Harry Bates   
Título: Adeus Ao Mestre 
Título Original: Farewell To The Master 
Ano: 1940 
Gênero: Conto de Ficção Científica    




Até a próxima! 
Beijos mil! :-)

Criss 



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