Olá, Perdidos! Um assassinato incomum precisa de um detetive extraordinário para desvendá-lo e prender o responsável pelo crime. E quem você acha que os investigadores da Scotland Yard vão chamar? Sherlock Holmes, é claro meu caro Watson. Um Estudo Em Vermelho, de Arthur Conan Doyle, é a primeira aventura do detetive que o mundo teve o prazer de conhecer em 1887.
Sherlock Holmes está procurando uma pessoa com quem possa dividir um apartamento e, assim, ajudar no pagamento dos altos aluguéis de Londres.
Stamford, colega de Sherlock do laboratório químico em que os dois trabalham, encontra, por casualidade, um velho amigo dos tempos da Guerra do Afeganistão, o Dr. Watson. E, por obra do destino, Watson também está procurando um lugar para morar. Esse amigo em comum os apresenta e eles passam a dividir um apartamento na 221B Baker Street.
Em casa, Sherlock trabalha como um detetive consultor e é procurado por Gregson e Lestrade, competentes detetives da Scotland Yard, que pedem sua ajuda. Apesar das esquisitices de Sherlock, Watson se dá bem com ele e até ajuda o companheiro de quarto a desvendar o misterioso assassinato, em que um homem é encontrado morto em uma casa vazia, sem ferimentos, cercado por manchas de sangue, um anel perto dele e uma expressão de pavor em seu rosto.
‘Ainda não temos dados’, respondeu ele. ‘É um erro capital teorizar antes de termos todas as evidências. Distorce o julgamento’.
Parte 1 – Nova Tiragem das Reminiscências do Dr. John H. Watson, Ex-Membro do Departamento Médico do Exército
Logo de cara, o título já estabelece o papel de Watson como narrador das histórias de Sherlock, aparentemente reais e não-ficcionais.
Nesta parte somos apresentados ao Dr. Watson, médico e veterano de guerra, e a Sherlock Holmes, que, além do laboratório, trabalha em casa/escritório assumindo o papel de detetive, sua verdadeira aptidão.
Devido as suas impressionantes deduções lógicas, os detetives Lestrade e Gregson da Scotland Yard, procuram Sherlock para desvendar um assassinato fora do comum e sem pistas.
E é nessa parte que o crime é solucionado e o responsável, preso.
Parte 2 – A Terra dos Santos
Após o crime ser resolvido e para entendermos melhor os motivos do ocorrido, somos levados através de um flashback para o dia 4 de maio de 1847. O local é o inóspito e inexplorado deserto de Utah, nos Estados Unidos, onde um pai e sua filha adotiva são resgatados e acolhidos por uma caravana de mórmons que se destinam à sua terra prometida, a que se tornaria Salt Lake City, fugindo daqueles que não aceitam suas doutrinas e seus costumes.
Nos inteiramos da história de como assassino e vítima se conheceram e as motivações que resultaram no crime investigado na primeira parte do livro.
Antes da segunda parte terminar, retornamos às Reminiscências do Dr. John H. Watson com as Conclusões do caso, as explicações do assassino e a resolução de Watson em tornar públicas suas anotações com a total concordância de Sherlock.
Informações Extras
Um Estudo Em Vermelho, publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual em novembro de 1887, teve sua primeira edição em formato de livro lançada em julho de 1888, com ilustrações da autoria de Charles Doyle, pai do autor. E apesar do romance ser a primeira história com o famoso detetive Sherlock Holmes, não foi o primeiro trabalho publicado por Sir Arthur Conan Doyle.
Esta edição de bolso e que bolsão!! de luxo de Clássicos da Zahar possui uma Apresentação que revela algumas informações sobre o autor e sua maior criação, o detetive Sherlock Holmes. O livro apresenta o texto publicado na Beeton’s Christmas Annual, além de ter várias ilustrações espalhadas por suas páginas, feitas por diversos ilustradores das histórias do notável detetive.
Embora todas as outras aventuras de Sherlock Holmes sejam contadas na forma de contos, Um Estudo Em Vermelho é o primeiro dos quatro únicos romances protagonizados pelo fenomenal detetive. Os outros três são: O Signo dos Quatro, O Cão dos Baskervilles e O Vale do Medo.
‘É muito simples quando você explica’, disse eu, sorrindo.
É claro que Watson, assim como nós, está conhecendo Sherlock Holmes, pouco a pouco. Por exemplo, descobrimos que ele é um detetive consultor, o único em todo mundo, e que, volta e meia e quase sempre, trabalha com a polícia quando pedem sua assessoria.
Tem uma passagem maravilhosa em que Watson faz uma lista dos conhecimentos de Sherlock porque ele fica surpreso que seu amigo domine algumas coisas de forma tão profunda e outras sequer saiba o básico que qualquer pessoa com o mínimo de estudo saberia.
Minha surpresa chegou ao clímax, entretanto, quando descobri por acaso que ele ignorava a teoria copernicana e a composição do Sistema Solar. Que um ser humano civilizado neste século XIX não estivesse ciente de que a Terra gira em redor do Sol pareceu-me um fato que, de tão extraordinário, era quase inacreditável.
Segundo sua análise:
- Literatura, Filosofia, Astronomia são totalmente nulos;
- Política é fraco;
- Botânica é variável, sendo versado em plantas venenosas;
- Geologia é prático;
- Química é profundo;
- Anatomia é preciso;
- Literatura Sensacionalista é imenso;
- Toca bem o violino;
- Lutas de bastão, boxe, esgrima é bem treinado;
- Direito Inglês é prático e bom.
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Capa da revista da primeira edição de Um Estudo Em Vermelho, em 1887. |
Não posso deixar de mencionar a insatisfação que tive ao ver Sherlock depreciando o seu predecessor, monsieur C. Auguste Dupin, detetive entusiasta francês do admirável ❤ Edgar Allan Poe, famoso por suas deduções excepcionais, simplesmente observando e analisando. Parece alguém, não é?
Ele também menospreza monsieur Lecoq, detetive amador de Émile Gaboriau, escritor francês e, também, um dos pioneiros da ficção policial, chamando-o de “pobre trapalhão”.
Em minha opinião, porém, Dupin era um sujeito muito inferior. [...] Ele tinha algum talento analítico, sem dúvida; mas não era de maneira alguma o fenômeno que Poe parecia imaginar.
Talvez uma forma de Conan Doyle mostrar que o aluno aprendeu muito bem seu ofício. É aí que vemos a presunção, a arrogância e o egocentrismo de Sherlock. Apesar de tudo, Watson acaba desconstruindo esta imagem, digamos, negativa de sua personalidade em favor de sua crescente admiração pela inteligência e perspicácia do amigo. E nós também. Tamo junto, Watson!
Sem dúvida alguma Sherlock provou ser singular e inacreditavelmente genial e virou, ele mesmo, mestre e inspiração para tantos detetives que vieram depois.
Nos dias de hoje é, praticamente, impossível não conhecer o detetive. Seja através de incontáveis filmes, séries ou livros, as façanhas de Sherlock Holmes são tão difundidas que acreditamos piamente que ele existiu em carne e osso e morou na 221B Baker Street, em Londres, Inglaterra, com seu devotado amigo e parceiro de todas essas aventuras, Dr. Watson.
FICHA TÉCNICA
Autor: Arthur Conan Doyle
Ano: 2013
Páginas: 192
Editora: Zahar
Gênero: Romance Policial (Clássico)
Tradutor: Maria Luiza X. de A. Borges
AUTOR
Arthur Ignatius Conan Doyle, mais conhecido como Arthur Conan Doyle ou, simplesmente, Conan Doyle, nasceu no dia 22 de maio de 1859, em Edimburgo, Escócia, numa família católica-irlandesa abastada e rígida.
Estudou medicina na Universidade de Edimburgo onde começou a escrever histórias. Antes dos 20 anos publicou uma de suas histórias no Chambers’s Edinburgh Journal. Após a formatura, serviu como médico em um navio. A viagem despertou nele o seu espírito aventureiro. Enquanto aguardava por pacientes que nunca apareceram em seu consultório, Conan Doyle começou a escrever novamente.
Em 1887, foi publicada a sua primeira obra célebre, Um Estudo Em Vermelho, romance de estreia do extraordinário e notório detetive Sherlock Holmes e seu fiel amigo e assistente Dr. Watson. Tornou-se famoso pelas 60 histórias com Sherlock Holmes, inovando na literatura criminal, mas também escrevia histórias de ficção científica e não-ficção, romances e poesias, entre outros estilos. Com o sucesso, ele se aposentou como médico e viveu seus dias apenas como escritor.
Depois das histórias de Sherlock Holmes, sua obra mais conhecida é a ficção científica O Mundo Perdido, publicado em 1912.
Apesar de ter nascido numa família católica, em 1881 Conan Doyle renegou sua fé na igreja católica e lutou para propagar sua fé espírita, inclusive por meio de uma série de livros escritos entre 1918 e 1926.
Conan Doyle casou-se duas vezes e teve cinco filhos. Em 1902 participou da Guerra Boer, na atual África do Sul, e atuou na linha de frente como cirurgião.
Em 1893, cansado por seu ilustre detetive tirar-lhe o tempo necessário para escrever obras mais importantes, Conan Doyle assassinou Sherlock Holmes. Tanto Holmes quanto o seu arqui-inimigo, professor Moriarty, morreram na história O Problema Final. Claro que a morte do detetive causou comoção e o público exigiu que Holmes voltasse à vida, o que aconteceu definitivamente em A Casa Vazia, após ter sido reapresentado em O Cão dos Baskervilles que alcançou grande sucesso.
No dia 7 de julho de 1930, aos 71 anos, Conan Doyle sofreu um ataque cardíaco no jardim de sua casa em Crowborough, Inglaterra, e não resistiu. Apertando uma mão contra o coração enquanto com a outra segurava uma flor, suas últimas palavras foram dirigidas à sua esposa: “Você é maravilhosa”.
No cinema, na TV, no teatro, nos games ou em qualquer outra mídia, o personagem Sherlock Holmes é um dos mais imitados, parodiados e citados no mundo. Seus contos nunca pararam de ser reimpressos, desde 1891 quando foi publicado o primeiro conto e seus romances foram traduzidos para quase todos os idiomas.
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