[OUTUBRO ATERRORIZANTE] [Conto Louisa May Alcott] A Maldição Da Múmia



Olá, Perdidos! As múmias egípcias sempre foram fonte de enorme fascínio. Provas tangíveis de uma época em que embalsamar e mumificar os mortos e coloca-los em sarcófagos era prática comum entre os antigos egípcios por motivos religiosos. Logo, abrir e saquear um túmulo egípcio revelava uma terrível maldição. No conto A Maldição da Múmia, de Louisa May Alcott, percebemos o alcance do infortúnio. 




Paul Forsyth conversa com sua noiva Evelyn que segura uma caixa antiga e misteriosa, cheia de sementes de alguma planta egípcia, adquirida por ele após uma expedição ao Egito realizada com seu colega, o Professor Niles. E por insistência dela, que gosta de histórias esdrúxulas, ele conta a verdade que existe por trás deste inocente relicário. 

A história começa quando o Professor Niles e ele seguem o guia Jumal pelas entranhas da Pirâmide de Quéops. Fatigados, os dois decidem descansar em uma das passagens no interior da pirâmide enquanto Jumal sai em busca de outro guia para Niles, que insiste em continuar procurando antiguidades, e deixa fortes instruções para não saírem do lugar. 

Contudo, quando Forsyth acorda, ele está sozinho e sai em busca de seu amigo Niles. Desesperados e à procura por uma saída no labirinto que é a pirâmide, Niles quebra a perna e, sem perspectivas de saírem do local por conta própria, resolvem acender um fogo para avisar Jumal de sua localização. 

No desespero de manter o fogo acesso para fazer bastante fumaça, eles acabam queimando um sarcófago que se encontra ali, assim como sua múmia, que mantinha entre as faixas a caixa que Forsyth guarda como um souvenir. 

Para a alegria de todos, Jumal chega a tempo de resgatar os arqueólogos. Fim da aventura na tumba do faraó. 

Mais tarde, entre os espólios encontram e decifram um pedaço de pergaminho, onde a múmia é identificada como uma poderosa feiticeira que jurou amaldiçoar aquele que ousasse despertar seu sono eterno. 

Agora a aventura é outra e muito mais sinistra, pois a múmia quer se vingar do profanador de tumbas. 


Curiosidade

Foram os árabes os responsáveis pela criação da palavra “múmia”. A inspiração surgiu ao se depararem com os corpos mumificados cobertos de resina preta que eles deduziram se tratar de betume, uma forma de petróleo natural também conhecida como alcatrão que escorria do monte Mumia, situado na Pérsia. Daí passaram a chamar esses cadáveres de mum, mumia ou mumiya que é a palavra árabe para betume, que para eles era capaz de curar diversas enfermidades. 

Segundo as crenças no Antigo Egito, um corpo impregnado com a substância seria capaz de chegar ao além em excelente estado, pois acreditavam na vida após a morte. 


– Venha me ajudar a desenrolar isso. Eu sempre desejei ser o primeiro a ver e garantir os tesouros curiosos guardados entre as dobras desses lençóis sinistros. 


A autora norte-americana Louisa May Alcott é mundialmente conhecida por seu sucesso literário Mulherzinhas e, sequer considerei que em seu currículo de romances, poemas e contos ela tivesse escrito um conto de múmias e que esse conto pudesse ser tão importante assim para a literatura de terror. Não é incrível?   

O conto A Maldição da Múmia (Lost In A Pyramid: or The Mummy’s Curse) foi publicado pela primeira vez pelo ilustrador e editor Frank Leslie, em 1869. Contudo foi esquecido e não recebeu nenhum tipo de reconhecimento ao longo dos anos, sendo redescoberto em 1998. Hoje é confirmado como o primeiro conto a mencionar e a desenvolver a maldição de uma múmia




Ela e muitos outros autores ajudaram a consolidar a maldição como uma história ora romântica ou erótica quando escrita por homens, ora como uma analogia ao estupro quando mulheres escreviam sobre túmulos sendo violados e saqueados. Dois lados para a mesma moeda. 


Carrego uma veia de superstição em mim, e aquela pobre múmia ainda assombra os meus sonhos. 


Apesar de adorar a Mitologia Egípcia, confesso que não sou muito fã de filmes e livros sobre múmias e suas maldições. Reconheço que essas histórias são uma forma de reviver o passado da antiga cultura egípcia, com lendas e mitos que envolvem as pirâmides que tanto fascinam a humanidade. Mas essa narrativa seguiu um caminho bem diferente e, até mesmo, mais plausível e fundamentado. 

O conto é satisfatoriamente curto, direto e bem estruturado. A maldição da múmia vai se instalando à medida que lemos, e aos poucos percebemos que aquela realidade ingênua, romântica e cheia de encanto começa a minguar. E nos perguntamos... Será que existe uma maldição realmente ou apenas imprudência ao tratar com elementos desconhecidos? 



FICHA TÉCNICA 

Título: A Maldição da Múmia   
Título Original: The Mummy’s Curse     
Autor: Louisa May Alcott  
Páginas: 20 (e-book)  
Gênero: Terror / Suspense 
Tradutor: Alex Zuchi


AUTOR  



Louisa May Alcott nasceu em 29 de novembro de 1832, na Pensilvânia, Estados Unidos. 

Desde pequena trabalhava para ajudar a família que sofria dificuldades financeiras. Algumas de suas funções foram empregada doméstica e professora. Quando explodiu a Guerra Civil Americana, ela foi para Washington DC para ser enfermeira. 

Mas o que ela queria mesmo era ser escritora e no início de sua carreira ela usou vários pseudônimos como Flora Fairfield e AM Barnard, escrevendo poemas, contos, thrillers, melodramas e romances sensacionalistas. 

Foi justamente após a experiência que teve durante a guerra que ela decidiu que estava pronta para se comprometer a escrever e assinar com seu próprio nome em histórias sérias publicadas em revistas importantes. 

O romance Mulherzinhas (Little Women) deu a ela independência financeira e uma carreira de escritora para toda a vida. E alguns de seus outros livros são Little Men (1871), Eight Cousins (1875) e Jo's Boys (1886). 

Ela foi abolicionista, feminista e sufragista, tornando-se a primeira mulher a se registrar para votar em Concord, Massachusetts. 

Louisa May Alcott morreu de derrame em 6 de março de 1888, em Boston, Massachusetts, aos 55 anos de idade, dois dias após a morte de seu pai. 




Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 



 

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