“Os Três Mosqueteiros” Em Ação

Olá, Perdidos! “Um por todos e todos por um!” Quem nunca ouviu esse grito de guerra e de amizade que empunhe sua espada. Pois é. Difícil, né? E é, justamente, esse lema que define a obra Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas. Um livro cheio de aventura, tramas diabólicas, traições, lutas, duelos, mas acima de tudo, um livro que fala da amizade verdadeira entre quatro amigos inseparáveis que fariam qualquer coisa para ajudar um ao outro.  




O jovem D’Artagnan, da Gasconha, interior da França, se dirige a Paris para realizar o grande sonho de sua vida: ser um mosqueteiro, uma espécie de tropa de elite do Rei Luís XIII, assim como seu pai foi um dia. No caminho um incidente acontece e ele perde a carta de recomendação que deveria ser entregue ao Sr. de Tréville, o capitão dos mosqueteiros. Mas o jovem não desiste fácil e prossegue sua viagem. 

Uma vez em Paris, conhece, separadamente, Athos, Porthos e Aramis, três amigos e mosqueteiros com quem teve certas desavenças logo de cara. Motivo pelo qual D’Artagnan foi chamado para duelar com cada um deles. Como os duelos eram proibidos na França, eles são surpreendidos pelos guardas do cardeal Richelieu que os atacam sem nenhuma piedade. Sem pensar, D’Artagnan se une aos três a fim de enfrentá-los. Vitoriosos no embate, os quatro tornam-se companheiros inseparáveis. 

Já como parte do círculo dos mosqueteiros, D’Artagnan se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, uma jovem casada com seu senhorio e que trabalha para a Rainha Ana da Áustria. E, a fim de ajudar sua amada e manter um grande segredo da rainha, D’Artagnan e seus amigos partem em uma missão secreta rumo à Londres. 

Ao voltarem da missão, tomam conhecimento de que Constance foi sequestrada, provavelmente pelo cardeal Richelieu que não perde oportunidade de investir contra a rainha. No meio de uma trama política e com sabor de vingança, os mosqueteiros se envolvem em uma série de confrontos e ganham vários inimigos pelo caminho, até o gran finale


[...] os quatro amigos repetiram, em uníssono, a fórmula ditada por d’Artagnan: ‘Um por todos, e todos por um’.





Os Três Mosqueteiros é um clássico da literatura, um maravilhoso romance ao estilo Capa e Espada com uma história cheia de intrigas, duelos e lutas. Uma história cujo protagonista principal é a amizade entre Os Três Mosqueteiros que na verdade são quatro. E segundo o próprio Dumas “como eles são quatro e o título soará absurdo, isso pressagia o mais retumbante sucesso para o romance”. Sensacional! O livro é o primeiro de uma trilogia




À medida que lemos temos a impressão de que estamos sentados em um bistrô bebendo uma garrafa de Beaugency, vinho preferido de D’Artagnan, e participando de uma conversa com o próprio Alexandre Dumas que volta e meia se dirige diretamente ao leitor, o que provoca um maior envolvimento com a trama, além de parecer que estamos confabulando com ele sobre as voltas e reviravoltas do romance. 

D’Artagnan admirava-se diante dos fios desconhecidos e frágeis nos quais às vezes estão pendurados os destinos de um povo e a vida dos homens.


Apesar de já ter assistido a diversas adaptações de Os Três Mosqueteiros no cinema, tenho que dizer que ler a obra me levou a outro nível de experiência. Cheia de detalhes e informações sobre a época, a leitura ficou não só mais prazerosa como também mais informativa. 

A narrativa se passa no reinado de Luís XIII da França, no século XVII, que ficou conhecido pela luta contra os huguenotes, ou seja, os protestantes franceses. Eu li a edição comentada, com ilustrações da edição original, da Editora Zahar, o que esclareceu muito mais a identidade dos personagens (muitos deles realmente existiram em um determinado momento) e os fatos históricos e explicou certas liberdades feitas por Dumas para se adaptarem à sua história. 

E imediatamente oito espadas brilharam aos raios do sol poente. O combate foi encarniçado desde o princípio, como seria natural entre pessoas duas vezes inimigas.

Não posso deixar de mencionar o fato de que essa história arrancou muitas risadas e um sentimento aventureiro que não dava trégua com tantas confusões e armações de nossos heróis e vilões. 




Os personagens são intensos e carismáticos, sem exceção. Dos protagonistas até os secundários todos são extremamente interessantes e são peças fundamentais nas linhas que tecem a teia criada por Dumas. 

Neste maravilhoso clássico, nossos heróis não são perfeitos, muito pelo contrário. Vez por outra os encontramos se embriagando nas estalagens, jogando e apostando o que têm e o que não têm, mas sempre honrando suas dívidas, afinal são fidalgos. Sem um tostão nos bolsos, eles não se importam nem um pouco em serem auxiliados economicamente por suas amantes ricas. Mas fazem seu trabalho de mosqueteiro sem reclamações e perfeitamente bem.  

Impertinentes, amantes do vinho, caluniados, os mosqueteiros do rei, ou melhor, os do Sr. de Tréville, espalhavam-se nos cabarés, nos passeios, nos logradouros públicos, gritando alto e retorcendo seus bigodes, fazendo retinir suas espadas, desafiando com volúpia os guardas do Sr. Cardeal quando os encontravam. Em seguida desembainhavam, no meio da rua, com mil piadas. Às vezes morriam [...]; outras, mais frequentes, matavam. 

Cada mosqueteiro tem uma personalidade distinta e que os completa como um todo. 

  • Aramis vive o dilema entre servir a Cruz ou a Espada, sendo bem instruído e poeta, tem o dom da escrita; 
  • Porthos é forte e extremamente vaidoso. O terror da mulherada! Espera ansiosamente para viver uma vida nababesca, uma vez que se for por sua inteligência... danou-se; 
  • Athos é um homem nobre em todos os sentidos, de nascimento e de caráter. É o mais velho dos quatro e guarda um segredo sombrio que transformou sua vida; 
  • D’Artagnan é o clássico herói. Jovem e entusiasta, seu objetivo é fazer parte do grupo de mosqueteiros do rei. 



O Cardeal de Richelieu no Cerco de la Rochelle (1627-1628), pintura de Henri-Paul Motte (1881)


Porém, ninguém mereceu maior destaque do que Milady, a grande vilã, parceira de maldades do cardeal Richelieu. Como eu senti raiva dela! Para falar a verdade, Milady “abafou” o cardeal e mostrou o quanto uma mulher inteligente, astuta e motivada é capaz de diversas maquinações e manipulações. Não só usando de sua influência e beleza; ela sabe como ninguém “ler as pessoas” para usá-las a seu bel-prazer e assim alcançar seus objetivos. 

A vida é um rosário de pequenas misérias que o filósofo desfia, rindo. Sejam filósofos como eu, cavalheiros, ponham-se à mesa e bebamos. 

Depois do bravo D’Artagnan e do misterioso Athos, a ardilosa Milady, sem dúvida, é meu personagem favorito, a antagonista perfeita. Numa época em que as mulheres eram frágeis e subestimadas, Milady mostrou o poder da força feminina, mesmo que tenha sido a força do lado negro. Obra imperdível! 


FICHA TÉCNICA 

Título: Os Três Mosqueteiros (Edição comentada e ilustrada)    
Título Original: Trois Mousquetaires    
Autor: Alexandre Dumas   
Ano: 2010 
Páginas: 688  
Editora: Zahar 
Gênero: Clássico / Aventura 
Tradutor: André Telles e Rodrigo Lacerda (tradução, apresentação e notas)   

AUTOR  


Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas, conhecido como Alexandre Dumas pai, nasce em Villers-Cotterêts, Aisne, França, no dia 24 de julho de 1802, neto de um marquês e de uma escrava negra de Santo Domingo. Aos quatro anos fica órfão de pai. 

Dumas pai foi um romancista e dramaturgo francês, autor de clássicos do romance de capa e espada de grande aceitação popular. 

Em 1821, junto com Adolphe von Leuven, nobre sueco refugiado na França, escreve a peça "O Major de Strasburgo". Em 1822 viaja a Paris e, após assistir à representação de Hamlet, de Shakespeare, tem a convicção de que sua vocação é escrever para o teatro. 

Dois anos depois vai morar em Paris e passa a secretariar o Duque de Orléans, futuro rei Luís Filipe. O emprego não só garante seu sustendo na capital francesa como abre caminho para a Comédie Française

No folhetim do jornal Le Siècle, em 1840, Dumas publica "Os Três Mosqueteiros", o primeiro da série de capa e espada que, em 1844, após ser lançado em livro, dá a Dumas fama internacional. 

Ainda em 1844, Dumas publica “O Conde de Monte Cristo”, romance que retoma a história de D’Artagnan. Mais tarde, com ajuda de colaboradores, publica as continuações de Os Romances de D’Artagnan: “Vinte Anos Depois” e “O Visconde de Bragelonne”.  

Em 1850, Dumas exila-se na Bélgica e continua escrevendo. De volta a Paris, em 1853, funda o jornal "Os Mosqueteiros". Em 1860, na Itália, participa da campanha de unificação de Garibaldi. Em 1861, em Nápoles, assume a direção do Museu. 

Suas obras completas somam 177 volumes. 

Alexandre Dumas faleceu em Puys, perto de Dieppe, França, no dia 5 de dezembro de 1870, aos 68 anos. 







Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 





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