[OUTUBRO ATERRORIZANTE]: “Horror Em Amityville” Provoca Arrepios

Olá, Perdidos! Neste Outubro Aterrorizante não poderia faltar um dos tops do terror: a casa mal-assombrada. Em Horror Em Amityville, Jay Anson nos mostra uma típica casa de estilo colonial holandês, construída nos anos 1920, que provoca os maiores arrepios em seus moradores. E em seus leitores! 

O casal George e Kathleen Lutz comprou a casa dos sonhos, mesmo sendo avisado de que ela fora palco de uma chacina: Ronald DeFeo Jr., o filho mais velho dos DeFeo, assassinou todos os seis membros de sua família um ano antes. Todos foram mortos por projéteis provenientes do mesmo rifle de alta potência e todos eles estavam deitados na mesma posição e, segundo o médico legista, os crimes ocorreram por volta das 3:15 da madrugada. Ronnie DeFeo, como era conhecido, declarou que nos meses anteriores aos crimes, ouvira vozes que ele concluiu serem de Deus falando com ele. Foi julgado, culpado de assassinato e condenado a seis penas consecutivas de sessenta anos. 

George e Kathy não eram supersticiosos e não se importaram com o tenebroso fato ocorrido e sequer com os avisos que lhe foram dados sobre assombrações. Simplesmente não poderiam deixar passar a grande oportunidade de suas vidas de ter um lugar maravilhoso e grande o suficiente para suas crianças e seus negócios. Uma pechincha!  

O homem sábio sabe haver coisas que desconhece – e o homem prudente respeita o que escapa ao seu controle. 

Com um preço convidativo, a casa em estilo colonial de três andares, com vários quartos, um grande porão decorado, uma piscina e um abrigo para barcos, pareceu o lugar ideal para eles viverem com seus três filhos pequenos, Melissa, Christopher e Daniel, de 5, 7 e 9 anos respectivamente. Além de seu cão Harry. E com o Natal à porta, a família estava empolgada com a mudança para seu novo lar. 

Vale lembrar que ao comprar a casa, uma mansão para ser mais exata, a família Lutz, que não possuía móveis suficientes para a decoração dos cômodos, também adquiriu toda a mobília de seus antigos moradores, os DeFeo. 

E como aconteceu antes em sua antiga moradia, os Lutz chamaram o padre Frank Mancuso para benzer sua nova residência na Av. Oceânica, 112, em Amityville, Nova York. Assim, no dia 18 de dezembro de 1975, eles se instalaram na casa e fenômenos inexplicáveis começaram a assustar e pôr em risco o bem-estar da família. 

Os Lutz resistiram o quanto puderam, mas após vinte e oito dias resolveram abandonar definitivamente a casa, deixando para trás tudo o que possuíam e seja lá o que mais estava nela. 

O Estereótipo Da Casa Mal-Assombrada  

A cada capítulo a tensão é palpável. E todos os clichês que hoje vemos na literatura e nos filmes de terror estão presentes na casa de Amityville. Ocorrem mudanças extremas de comportamento e todos eles ficam mais impacientes e agressivos e passam a brigar entre si; mudanças de temperatura nos cômodos da casa que se mantinha gelada mesmo com a lareira sendo abastecida ao máximo; o cachorro que sempre dormia profundamente, mesmo durante os fuzuês; a menininha Missy que começou a falar com Jodie, um amiguinho imaginário muito estranho; um cheiro putrefato e nauseabundo proveniente de um dos cômodos; portas que se abrem e se batem sozinhas; sinais de presenças de espíritos no ambiente que tocam e exalam perfume; moscas em um dos quartos; ruídos, vozes, vultos, gosmas e objetos se movendo sozinhos. 

Kathy olhou para George numa muda indagação. ‘O que haverá de errado com essa casa que ninguém aqui se sente à vontade?’ – seus olhos perguntaram. 

Todos esses acontecimentos incomuns vão crescendo à medida que os dias vão passando. E o fato de ser considerada uma obra documental dos vinte e oito dias em que a família Lutz permaneceu na casa, deu ares de veracidade à história e fez o livro se tornar um sucesso. 

Um Olhar Religioso 

Uma participação interessante na história, e cujos depoimentos atestam a veracidade dos acontecimentos, foi a do padre Frank Mancuso que, mesmo à distância, sofreu as consequências de seu envolvimento com George, Kathy e as crianças. A tal força maligna da casa não deixou passar em branco a intromissão do clérigo que “pegou” uma gripe forte e começou a se sentir cada vez mais fraco e com febre alta, além de surgirem feridas que doíam e sangravam. 

Humilhação, dor, marasmo e medo foram os elementos que delinearam o representante da Igreja. Assim como seus superiores que, entre desculpas e indicações de especialistas em parapsicologia, se eximiram de qualquer responsabilidade com o que estivesse acontecendo naquela casa ou com seus integrantes. Seja milagre, influência demoníaca, causas naturais, causas parapsicológicas ou fraude. Não importa e não interessa. O medo fala mais alto. 

Investigação Paranormal 

Segundo Jay Anson, os fatos chocaram e perturbaram pesquisadores e curiosos e em 1976, logo após a saída dos Lutz da casa, Marvin Scott, repórter do Canal 5 de NY acompanhou uma equipe de especialistas que se predispôs a investigar a casa mal-assombrada de Amityville. Dentre os presentes estavam a vidente Lorraine Warren e seu marido demonólogo, Ed Warren, o famoso casal de investigadores de fenômenos paranormais e outros médiuns e profissionais do ramo.  

A vidente Lorraine Warren finalmente expressou sua própria conclusão: 

– O que quer que esteja aqui, em minha opinião, é inegavelmente de natureza negativa. Não é ninguém que já tenha estado na terra sob forma humana. É um ser das entranhas da terra. 

Fatos & Fotos 

Dando uma pesquisada no Google encontramos: 

• que realmente Ronald Defeo Jr. existiu e assassinou sua família naquele local; 

• que George e Kathy Lutz e seus filhos viveram por vinte e oito dias na casa e fugiram alegando que ela era mal-assombrada;

• que o casal Ed e Lorraine Warren chegaram a investigar a casa na vida real. 

Assustador? Muito. 

A Casa No Cinema 

A história da casa mal-assombrada foi parar nos cinemas em 1979. Um filme independente que arrecadou além do esperado e tornou-se um sucesso de bilheteria. Dos 4.7 milhões de dólares de orçamento para um lucro de 86,4 milhões de dólares foi um investimento muito rentável. 

E, durante os anos 1980 e 1990, a série de filmes The Amityville Horror ganhou força e hoje conta com 21 títulos no total. 

Um dos últimos filmes foi feito em 2017 e se chama Amityville: O Despertar (Amityville: The Awakening), sendo a sétima parte da saga original The Amityville Horror. 

A leitura flui muito bem, mas não tão tranquilamente quanto gostaria, afinal a aflição está sempre presente na narrativa. O livro se divide entre os relatos da família Lutz com os do padre Mancuso, ambos sofrendo ataques da entidade ou entidades que tomam conta da casa de Amityville. A obra de Jay Anson relata de forma objetiva os episódios vivenciados pela família e pelo padre mantendo sempre um tom jornalístico e acessível. Entrevistas com todos os envolvidos converteram-se neste livro que deixa claro desde o início que se trata de “uma história verídica”. 

Os motivos ou o que e quem eram as assombrações que haviam se instalado na casa, personagem principal da história, não ficam claros durante a leitura. E existe coisa pior? A imaginação corre solta e o pavor só aumenta com o nosso obscurantismo. 

Verdade ou mentira, quem somos nós para julgar? O livro é um clássico do gênero do terror das casas mal-assombradas. Com certeza a leitura abala e tira o sono dos mais sensíveis. Pegue a chave e abra a porta... se você ousar! 

FICHA TÉCNICA 

Título: Horror Em Amityville    
Título Original: The Amityville Horror   
Autor: Jay Anson   
Ano: 1977 
Páginas: 198  
Editora: Biblioteca do Exilado (ebook)  
Gênero: Terror / Suspense  
Tradutor: António José Peixeiro   

AUTOR  

Jay Anson é um autor americano que nasceu em Nova York em 4 de novembro de 1921. Seu trabalho mais conhecido é, sem dúvida, Horror Em Amityville, que foi vendido como uma história real. 

Começou trabalhando no Evening Journal de Nova York como copy desk, ou seja, revisando textos. Mais tarde trabalhou em publicidade até que engrenou na profissão de escritor realizando mais de 500 roteiros de documentários para TV. 

A história da casa mal-assombrada de Amityville foi seu primeiro romance, seguido de 666, cujo assunto era outra casa fantasmagórica. 

Em 1980, na Califórnia, um ano após a realização do filme sobre a casa de Amityville, Jay Anson morreu aos 58 anos. 

Até a próxima! 

Beijos mil! :-) 

Criss