Um Brinde À Edgar Allan Poe

Perdidas e Perdidos. Há 210 anos nascia Edgar Allan Poe, o maior poeta e escritor americano, chamado de Pai das histórias de suspense e mistério. Considerado inovador, Poe foi um dos primeiros escritores americanos que criaram contos breves e é apontado como o inventor do gênero de ficção policial, além de receber crédito por contribuir com o gênero de ficção científica. O cara era F**a! 




Tudo o que vemos ou parecemos,
Não passa de um sonho dentro de um sonho.

Uma Breve História Introdutória  

Nascido em 19 de janeiro de 1809 em Boston, Massachusetts, Poe era filho de um casal de atores e aos dois anos de idade, após a morte de sua mãe, foi entregue aos cuidados de um rico comerciante de Richmond chamado John Allan e sua esposa. Embora tenha acolhido o menino e tenha lhe dado seu sobrenome Allan, nunca o adotou legalmente. 

Não há beleza requintada sem alguma estranheza na proporção. 

Quando adolescente, estudou na Inglaterra por cinco anos. Ao regressar aos Estados Unidos entrou para a Universidade de Virginia, mas depois de um ano foi expulso por causa de sua natureza boêmia. Mais tarde foi a vez de se matricular na Academia Militar de West Point com a ajuda de seu pai adotivo. Mas, por sua desobediência e espírito livre foi expulso da entidade, o que fez seu pai adotivo enjeitá-lo até o final de sua vida. 

Em 1835, Poe casou-se em segredo com sua prima em primeiro grau, Virgínia Clemm, de apenas treze anos. Porém em 1847, a tuberculose e suas complicações levaram Virgínia à morte, com apenas 24 anos. A doença e a morte de sua esposa, tiveram grande efeito sobre o escritor que se voltou ainda mais para o álcool, declinando em solidão e tristeza. Dois anos depois seria a vez de Poe. 

Nunca ter sofrido é nunca ter sido abençoado. 




Suas obras mais conhecidas eram de estilo gótico, gênero que as pessoas adoravam. Morte, cadáveres, luto, reanimação, entre outros assuntos tão macabros quanto, eram descritos para satisfazer seu público, e o englobaram no gênero de romantismo sombrio

Poe escreveu poesias, contos de terror, sátiras, contos de humor, reinventou a ficção científica e criou o primeiro detetive de histórias policiais, o francês C. Auguste Dupin, o precursor de nada mais nada menos que Sherlock Holmes. Além de escritor e editor, também era ensaísta, crítico literário e adorava criptografia. Ele foi o primeiro escritor americano que tentou ganhar a vida apenas com o que escrevia, o que fez com que, financeiramente, sua vida e sua carreira tenham sido difíceis. Se já é algo incerto para muitos escritores nos dias de hoje, imagine no início do século XIX. 

Aqueles que sonham acordados têm consciência de mil coisas que escapam aos que apenas sonham adormecidos. 

E, embora Poe tenha sido uma alma atormentada, ele foi e ainda é o maior representante do romantismo americano, sendo sua própria vida digna de um desses romances sombrios. Sua originalidade influenciou a poesia europeia, principalmente a francesa. E seus escritos influenciaram a literatura mundial, e toda uma cultura popular que se propagou através da música, do cinema e da TV. E todos tentaram, de um jeito ou de outro, imitar e copiar o gênio ou o tresloucado. 

Em 29 de janeiro de 1845, publicou O Corvo ou The Raven, em inglês, sua obra mais icônica e que foi considerada um sucesso imediato por sua musicalidade, métrica exata e jogos fonéticos. O poema foi publicado pela primeira vez no New York Evening Mirror e no mesmo ano ganhou uma edição em formato de livro. Desde que foi publicado já ganhou várias traduções ao redor do mundo, inclusive de autores famosos como Charles Baudelaire, Machado de Assis e Fernando Pessoa. Infelizmente o sucesso durou pouco tempo para ele, pois quatro anos depois Poe encontraria seu derradeiro fim. 

Só eu, só eu amei o amor de meus enganos. 




Sua morte foi prematura, em 7 de outubro de 1849, aos 40 anos de idade, e cheia de mistério. Poe foi encontrado nas ruas de Baltimore, bem longe de sua casa, vestindo roupas que não eram suas e delirando. Foi levado ao hospital onde morreu quatro dias depois. Há várias teorias que tentam explicar o enigma que envolve sua morte como diabetes, sífilis, cólera, tuberculose, raiva, drogas e até mesmo suicídio, além da mais comum como embriaguez, já que ele era um amante da bebida desde jovem. Enfim... O que se sabe é que suas últimas palavras foram: “Lord, please, help my poor soul”, que em português significa, “Senhor, por favor, ajude minha pobre alma.” 

Mesmo no túmulo, nem tudo está perdido. 

O mito do escritor que Poe foi excita a imaginação de críticos, pois na maioria de seus contos, os acontecimentos são relatados em primeira pessoa, o EU que junta e mistura a obra ficcional com sua vida pessoal que era bastante errática. 




Toda religião, meu amigo, simplesmente evoluiu a partir de uma fraude: o medo, a imaginação, a ganância, e a poesia. 

Sua genialidade foi uma característica incontestável que nem mesmo seus desafetos mais acirrados puderam negar. Poe foi, sem sombra de dúvida, um mentor intelectual para muitos autores com seu jeito sombrio e melancólico de fazer poesia e criar histórias. O reconhecimento surgiu primeiro na França, mais tarde na Rússia, na América Latina e depois, o mundo teve que se render às suas histórias extraordinárias. 

A obra de Poe contemporiza com a consciência moderna. Ele criou a narrativa policial, as histórias futurísticas de ficção-científica, do romance psicológico, que inspiraram HQ’s, o cinema e a TV. Sem deixar de mencionar sua invenção do conto breve ou short story, em inglês. 

Tornei-me insano, com longos intervalos de uma horrível sanidade. 





Até a próxima! 

Beijos mil! :-) 
Criss




Postar um comentário

Antes de comentar, leia com atenção:

Qualquer comentário com teor ofensivo, palavras de baixo calão e qualquer tipo de preconceito ou discriminação será excluído.

Comente educadamente sobre a postagem ou sobre um comentário.

“Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.” – Cora Coralina.

Vamos deixar o planeta mais florido!

Beijos mil! :-)




Meu Instagram

Copyright © Perdida Na Lua Cheia. Feito com por OddThemes | Personalizado por o¤°SORRISO°¤o