Olá, Perdidos! A Noite de Natal está chegando e o Bom Velhinho não vê a hora de percorrer o mundo inteiro entregando os presentes para as crianças que foram boazinhas durante o ano. Sim...
O espírito de Natal se encontra no ar. Por isso, trago a história de Um Menino Chamado Natal, de Matt Haig, que remonta às origens desse personagem rechonchudo, de barba branca longa, que se veste sempre de vermelho, que traz brinquedos, alegrias e Ho Ho Ho para a criançada todo ano e que se tornou uma lenda: Papai Noel.
A história nos apresenta Nikolas, um menino de onze anos cujo apelido é Natal, justamente por ter nascido no dia de Natal. O menino teve uma infância pobre e difícil, e mesmo ganhando apenas um único presente em sua vida, é feliz, pois esse único presente foi dado por seus pais que o amavam muito.
Depois da morte da mãe na floresta, seu pai Joel, o lenhador, é toda a família que ele possui, além de um boneco de nabo feito por sua saudosa mãe e um ratinho simpático chamado Miika que faz companhia para ele. Ah! Tem também a irmã de seu pai, a tia Carlotta, mas é melhor deixar quieto.
Um dia, seu pai foi convidado a se juntar a um grupo de homens que iriam em uma expedição ao Extremo Norte, nas regiões mais frias ao norte da Finlândia, onde moravam, a fim de ganhar muito dinheiro e dar uma guinada na vida dos dois. O objetivo era provar ao rei que A Vila dos Duendes era mais que uma história para crianças. E, mesmo sendo uma viagem curta de uns três meses, o pai o deixou aos cuidados da tia Carlotta, uma megera que fez a existência de Nikolas um martírio.
Mas os meses passam e nada do pai voltar para casa. Receoso, preocupado e cansado das maldades de sua tia, Nikolas decide fugir e ir ao encontro do pai para, talvez, resgatá-lo.
No caminho, entre problemas, alguns dramas e muita diversão, Nikolas vive grandes aventuras e descobre a lendária Vila dos Duendes e todo um mundo novo se revela à sua frente.
Você continua lendo?
Que bom. (Os duendes ficariam orgulhosos.)
– Não é maravilhoso? – comentou Nikolas olhando para a aurora, que dava a impressão de que alguém salpicava um pó verde e brilhante no céu.
No momento em que Nikolas decide deixar sua casa e sua tia para trás e seguir em direção às geladas terras do Norte, sem comida, roupas ou sapatos, acompanhado apenas de seu único amiguinho, o ratinho Miika, para reencontrar seu pai, a aventura de sua vida estava apenas começando. A lenda estava nascendo.
É interessante observar no decorrer da história as dúvidas e os receios que, envoltos em vários Ho Ho Ho, preocupam o menino que mais tarde se torna um homem, mas que ainda está em busca de seu verdadeiro objetivo na vida, sem nunca perder a alegria e a bondade.
– É claro que as renas dos duendes podem voar – comentou a Pixie Verdadeira. – Elas foram criassonhadas.
Um Menino Chamado Natal é uma releitura das origens de Papai Noel. Matt Haig nos mostra sua visão dos fatos mais marcantes e tradicionais do Natal e a partir dela, cria a história que levou Nikolas ou Natal a se tornar uma lenda. O autor tenta responder várias questões que nos intrigam como o motivo de Papai Noel usar sempre roupa vermelha, além de nunca se separar de seu gorro, também vermelho; como ele faz para passar por chaminés apertadas; como ficou tão rechonchudo; como conheceu e nomeou Blitzen, a rena mais veloz de todas; como chegou à Vila dos Duendes; como surgiu o nome Noel; e até mesmo porque ele usa barba. E muitas outras curiosidades.
Tudo muito bem amarrado, coerente e cativante.
– Temos que encontrar um jeito de espalhar a maior felicidade possível – anunciou ele.
[...]
– Todo mundo é feliz aqui – corrigiu Pai Natal. – Mas quero espalhar essa felicidade além da montanha.
A história serviu de inspiração para o filme da Netflix. Assista ao trailer:
O livro possui muitas mensagens de otimismo, esperança, amizade e algumas lições. Afinal, é um livro infantil (que serve para adultos, também!) para ser lido, principalmente, mas não necessariamente, nas festas natalinas. Com um texto fluido e uma linguagem envolvente é possível ler a história em uma sentada. Um atrativo à parte são as ilustrações com traços um tanto sombrios, mas cheios de magia de Chris Mould que se espalham pelo livro e unem textos e páginas em diversos momentos para nosso deleite.
– Para ver alguma coisa, você tem que acreditar nela. Acreditar de verdade. Essa é a primeira regra do duende. Você não pode ver alguma coisa em que não acredita.
Gente... Que livro mais fofo que aqueceu meu coração. Sim senhor. Livros aquecem corações muito mais que chocolate quente. Acredite. E nunca diga “Isso é impossível” (duendes nunca dizem esse palavrão!). Lembre-se que “uma impossibilidade é só uma possibilidade que você ainda não entendeu...” É a mais pura magia natalina.
FICHA TÉCNICA
Título Original: A Boy Called Christmas
Autor: Matt Haig
Editora: Ciranda Cultural
Gênero: Conto de Fadas de Natal
Tradutor: Débora Isidoro
Conhecendo um pouco mais Matt Haig e Chris Mould
Matt Haig nasceu em 3 de julho de 1975, em Sheffield, Inglaterra. É romancista e jornalista. É autor de livros de ficção e não-ficção para crianças e adultos, muitas vezes no gênero de ficção especulativa. Como autor best-seller seus livros foram publicados em mais de 30 idiomas. Ele é casado com Andrea Semple com quem tem dois filhos, os quais são educados em casa, e um cachorro; a família reside em Brighton, Sussex.
Chris Mould nasceu em 1969, em Bradford, Inglaterra. É ilustrador e escritor ocasional de livros infantis. Aos 16 anos sua única habilidade era desenhar, por isso decidiu estudar design gráfico, recebendo um diploma de honra em Design Gráfico e Ilustração na Leeds Polytechnic. Ele tem mais de 20 livros impressos entre os EUA e o Reino Unido. Desde 2021 mora em Yorkshire com sua família.
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“Fiz a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.” – Cora Coralina.
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