Olá, Perdidos! A Pata do Macaco é o conto mais famoso de W.W. Jacobs. Um clássico do terror que arrepia e nos faz pensar que desejos podem ser muito perigosos.
Numa noite fria e úmida conhecemos a família White, composta pelo patriarca, sua esposa e seu filho adulto Herbert. Pai e filho jogam xadrez enquanto o fogo crepita na lareira quando recebem a visita de um amigo, o Sargento-mor Morris que voltou de uma viagem à Índia.
Em meio a conversa, entre um copo de whisky e outro, e a pedido do velho White, Morris mostra um artefato considerado mágico: uma pata de macaco. Segundo o sargento a pata foi enfeitiçada por um faquir porque “ele queria mostrar que o destino rege a vida das pessoas” e todos que tentam interferir pagam por seu atrevimento, é claro.
Com aflição, ele conta que a pata realiza três desejos para três homens diferentes que a possuírem e considera que o melhor a fazer é se livrar dela jogando-a na lareira. Mas o Sr. White a recolhe e decide ficar com a pata gerando o desagrado de Morris que lhe explica como fazer os pedidos perante um agourento “mas devo alertá-lo sobre as consequências”.
O convidado se despede e a família, entre risadas de deboche, achando que a história é uma grande brincadeira, pede para o velho White fazer um pedido simples que não provoque grandes repercussões, como alertou Morris, para provar que tudo não passa de bobagem.
Mas a história se mostra verídica e o custo é muito alto. E agora?
Convenhamos que tudo que vem fácil demais... enfim... e que o objeto que realiza desejos é uma pata de macaco mumificada... Eca! Mas a curiosidade e até mesmo uma certa necessidade em se permitir ser um pouco mais ambicioso traçaram a linha macabra da narrativa.
– Pata de macaco? – perguntou, curiosa, a Sra. White.
– Bem, talvez seja apenas uma dessas coisas que costumamos chamar de magia – respondeu o sargento-mor sem constrangimento.
Se a família White tivesse prestado mais atenção à história do amigo teria percebido que ele também fez os pedidos, mas que, de acordo com suas feições e atitudes, não ficou muito feliz, pelo contrário. E que ele queria se livrar do objeto que era uma cilada! Com um amigo desses os White não tiveram nenhuma chance.
Com uma narrativa curta, mas intensa, o conto sobrenatural A Pata do Macaco foi publicado em 1902 na antologia de contos The Lady of the Barge do inglês William Wymark Jacobs, ou W.W. Jacobs (1863-1943) como é mais conhecido.
Um tema atemporal com várias adaptações que já foram parar no cinema.
A atmosfera de terror foi crescendo à medida que lia. Minha imaginação criava os cenários e as situações descritos pelo autor que sugeria e insinuava a cada frase, sem nunca entregar o que acontecia de verdade. Nada foi mostrado de fato, mas o horror estava lá esperando alguém abrir a porta.
O talismã caiu no chão, e ele o olhou com pavor. Então se afundou na cadeira, enquanto a senhora, com os olhos faiscantes, caminhou até a janela e levantou a cortina.
Com olhos arregalados, segui apreensiva o desencadeamento de nefastos episódios na família White a partir de um inocente desejo. A história tem uma proposta simples que aborda o destino e os efeitos imprevisíveis ao tentar interferir nele. É um conto muito agradável de se ler, com um leve toque de humor negro, cujo final é surpreendente.
A única coisa que posso dizer é: muito cuidado com o que deseja!
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