“Um Som De Trovão” Ecoando Através Das Eras

Olá, Perdidos! Fala sério. Quem nunca pensou em viajar no tempo e ir para frente ou para trás nos anos? Eu sim! Manobrar uma máquina vitoriana, pilotar um DeLorean, entrar numa cabine telefônica, tanto faz o aparato contanto que cheguemos lá, seja quando for. 





A Viagem no Tempo é um tema extremamente empolgante nas histórias de Ficção Científica. Poderíamos visitar uma era e reformular a história do passado ou do futuro. É fascinante ao mesmo tempo em que nos faz ter pesadelos com milhares de teorias e paradoxos temporais que podem arruinar a vida de milhões.  No conto Um Som De Trovão Ray Bradbury nos mostra as terríveis consequências para o mundo se alterarmos um fato ocorrido no passado. 



SAFARI DO TEMPO S/A 
SAFÁRIS PARA QUALQUER ANO NO PASSADO. 
VOCÊ ESCOLHE O ANIMAL, 
NÓS O LEVAMOS LÁ 
E VOCÊ ATIRA NELE.
 


O ano é 2055 e a viagem no tempo é um negócio. A empresa Safári do Tempo S.A. é responsável por promover viagens de volta no tempo com o objetivo de caçar animais pré-históricos. E um caçador chamado Eckels está prestes a realizar o safári em busca do mais famoso e feroz dinossauro de todos, o Tiranossauro Rex. 

Enquanto se preparam para a viagem todos comentam sobre as recentes eleições presidenciais e o alívio da vitória do moderado Keith ao invés do seu oponente fascista Deutscher. 

Na Máquina do Tempo estão Eckels e outros dois caçadores, Billings e Kramer, que junto com Travis, o guia, e Lesperance, seu assistente, partem para o Safári no Passado. 

Ao chegarem ao passado, Travis e Lesperance alertam os caçadores a agirem com muito cuidado e sobre a necessidade crucial de permanecerem e seguirem pelo Caminho, uma passarela construída no local acima do solo da floresta a fim de manter intacto o curso natural dos acontecimentos e evitar um paradoxo temporal. Eles também só devem matar os animais marcados previamente com tinta vermelha, pois estes estão prestes a morrer naturalmente. 

Quando Eckels avista o Tiranossauro perde a coragem e entra em pânico. Mais tarde todos retornam ao presente, mas... 



Safári? 

Por pura curiosidade fiz uma pequena pesquisa e descobri que originalmente a palavra safári significa jornada em suaíli, uma das línguas oficiais do Quênia, Ruanda, Tanzânia e Uganda, e que esse idioma tem origem árabe de onde a palavra safári vem de “safara”, cujo significado é viajar



Não importa o quanto a tecnologia evolui, o ser humano não segue nessa mesma linha, muito menos nesse mesmo ritmo. Como se não bastasse abater um animal e assisti-lo morrer, pelo puro prazer da caçada, por que não fazer essa caçada em outro tempo? Sim. Eu disse outro tempo! Percorrer milhões de anos atrás em busca da caça perfeita, rara e perigosa como um Tyrannosaurus rex. Liberar adrenalina num safári por uma módica quantia que irá suprir quaisquer necessidades legais. 





No conto, Bradbury vai às últimas consequências quando um de seus caçadores sem perceber altera irremediavelmente o mundo e seu próprio futuro. Aliás, Um Som de Trovão foi uma das primeiras histórias em que uma alteração em um ponto do passado muda o futuro da humanidade de um modo completamente inimaginável. 


Um som de trovão. 
Emergindo da névoa, a uns cem metros de distância, surgiu o tiranossauro rex. 


E foi este conto de 1952 que serviu de inspiração para vinte anos depois, em 1972, Edward Lorenz cunhar o termo Efeito Borboleta com uma simples pergunta: "Poderia o bater de asas de uma borboleta no Brasil causar um tornado no Texas?

O suave bater de asas de uma bela borboleta em qualquer parte do globo terrestre serve de metáfora para explicar que, independentemente da banalidade, esse ato pode levar a efeitos imprevisíveis no curso natural das coisas, gerando transformações profundas no futuro. 

Com essa teoria um novo pensamento científico tomava forma sendo, inclusive, comprovado através de equações matemáticas. 


– Não queremos mudar o Futuro. Não pertencemos ao Passado. 


Bradbury com sua linguagem leve nos alerta sobre a influência, consciente ou não, do ser humano que, em prol do progresso e de seus interesses, se torna devastadora na natureza, provocando uma cadeia de eventos com consequências geralmente desastrosas. Para ele, para todos os seres vivos e para o planeta. Seja numa viagem ao passado ou ao destruir florestas, poluir o mar e o ar e contaminar a terra. 

O autor também reflete sobre o medo das pessoas que após a Segunda Guerra com a tensão da Guerra Fria temiam a influência do comunismo sobre eles. No início do conto os personagens conversam sobre o resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos com a satisfação de que a sombra do fascismo se extinguira. 

É só olhar o mundo a nossa volta e ver que esse conto, apesar de ter sido publicado há 69 anos, continua muito relevante. Infelizmente. 

O interessante é que eu assisti ao filme há muito tempo e nem de longe imaginava que era inspirado no conto de Bradbury. Para falar a verdade, só descobri quando fiz o post no Instagram sobre um quote e suas implicações com a teoria de Lorenz. Pode isso? 

O filme O Som Do Trovão de 2005 refaz o conto e continua do ponto em que o autor parou, com os protagonistas tentando reverter o estrago. Não é um filme digno de Oscar, mas faz a gente pensar na natureza corrupta e inconsequente do ser humano, para variar. Se puder assista, é bem legal! Vou deixar o trailer para animar vocês. 



É... Quanto mais leio Ray Bradbury, mais me encanto com seu jeito muitas vezes poético de escrever. Repare na inspiração do título, Um Som de Trovão (A Sound of Thunder)... Uma beleza! A narrativa vai direto ao ponto e nos envolve com muita tensão numa aventura há sessenta milhões de anos. Indico a leitura para ontem. 




Autor: Ray Bradbury  
Título: Um Som de Trovão      
Título Original: A Sound Of Thunder   
Ano: 1952 
Gênero: Conto de Ficção Científica    




Até a próxima! 
Beijos mil! :-)

Criss 



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