Os Segredos De “Quebra-Nozes”

Olá, Perdidos! Nas festas natalinas tudo é lindo e maravilhoso e a alegria e a esperança estão presentes, principalmente quando um novo ano se inicia. O Quebra-Nozes, de Alexandre Dumas e E.T.A. Hoffmann, é uma dessas histórias responsáveis por criar belas memórias e aquecer nossos corações. 





Na véspera de Natal, o prefeito Silberhaus, na cidade de Nuremberg, dá uma festa natalina inesquecível em sua casa. Na entrega dos presentes, sua filha, uma menina muito amável de sete anos e meio chamada Marie, se encanta por um quebra-nozes em formato de boneco, meio feioso, mas com um uniforme lindo. Com todo cuidado, já que seu irmão Fritz, de nove anos, estropiou o bonequinho quando brincava com ele, Marie o acomoda no armário de brinquedos, permanecendo com ele. 

Contudo, lá pela meia-noite, ela ouve estranhos ruídos. Aterrorizada, vê seu padrinho, o inventor Drosselmeier, sinistramente agachado sobre um relógio de parede, ao mesmo tempo em que um exército de camundongos invade a sala, comandado pelo Rei dos Camundongos e suas sete cabeças! 

Diante de tal ameaça, os brinquedos ganham vida e começam a defender o local e combater os ratos sob as ordens de Quebra-Nozes. Os bonecos têm uma grande batalha pela frente. 

Assim começa uma aventura em que Marie viverá histórias incríveis com seu querido Quebra-Nozes, atravessando reinos cheios de magia e mistério. 

Quem sairá vitorioso, o repulsivo Rei dos Camundongos ou o heroico Quebra-Nozes? 


Além de inúmeros desenhos animados sobre o conto, eu só conhecia o balé Quebra-Nozes e já faz tanto tempo que vi que não me recordo de muita coisa. Não tinha lido o livro até este Natal. E gostei bastante. Odeio ratos e afins, logo sua destruição foi uma alegria para mim. Hahahaha! Opa, spoiler


– Ah, miserável rei dos camundongos! – exclamou. – Só podia ser você. Finalmente aceitou o combate que há tanto tempo lhe proponho. 


Não posso deixar de comentar que achei estranho Alexandre Dumas ter feito a tradução incluindo vários pitacos na história. Cadê os direitos autorais? Se fosse hoje, estava perdido. 

Contudo achei a introdução de Dumas maravilhosa nos dizendo como ele foi “intimado” a contar uma história para a criançada presente, incluindo sua filha, numa festa a qual foi convidado. Só pelo Prefácio já vale o livro. Sensacional! 

Além de explicar para as crianças francesas, que ouviam atentas sua história, como certos costumes podem ser bem diferentes em outros países, como na Alemanha onde se passa a aventura. 

E sua intromissão foi muito bem-vinda, tanto que foi a sua versão francesa que popularizou a história e inspirou o famoso balé de Tchaikovsky, ao invés do conto original do alemão E.T.A. Hoffmann, O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos

E é justamente graças ao balé com a música marcante de Tchaikovsky que a maioria das pessoas conhece a história de Quebra-Nozes. Inclusive eu. 


Por fim, o próprio Quebra-Nozes livrou-se de suas cobertas e pulou da cama sobre os dois pés, esbravejando: 
– Knac! Knac! Knac! Estúpido bando de camundongos, voltem para suas tocas ou terão de se haver comigo agora mesmo. 



Confira a The Nutcracker Suite do balé de Tchaikovsky: 


Quebra-Nozes é uma história dividida, basicamente, em três partes: 


  1. a batalha mágica entre os bonecos que ganham vida e são liderados por Quebra-Nozes contra o Rei dos Camundongos e suas sete cabeças, 
  2. a história das origens de Quebra-Nozes e de como surgiu a inimizade entre o boneco e os ratos que culminou na batalha do quarto de brinquedos,  
  3. a viagem ao mundo encantado e doce de Confeitoburgo, o Reino dos Bonecos, com seu rio de essência de rosas, o bosque das Geleias e o palácio dos Marzipãs, cujo príncipe é Quebra-Nozes. 


É no decorrer da narrativa que somos agraciados com o estranho padrinho-inventor Drosselmeier contando uma história para Marie sobre a princesa Pirlipat e a noz Krakatuk e como um belo rapaz foi amaldiçoado e se transformou num quebra-nozes. Uma história dentro da história. Foi bem legal! 


– Minha querida, você não sabe onde está se metendo ao defender os interesses de Quebra-Nozes com tanta veemência. 
[...] 
Mas, em todo caso, não sou eu, ouça bem, é você a única capaz de salvá-lo. Seja firme e leal e tudo correrá bem. 


Só para enfatizar, a edição da editora Zahar que você está vendo lá no alto vem com a versão de 1844 que se tornou clássica, de Alexandre Dumas que na tradução, além de outras coisas, incluiu vários elementos da cultura francesa, e a original de E.T.A. Hoffmann, publicada em 1816. As versões são muito parecidas, numa delas existe uma irmã mais velha Luise, na outra uma boneca vira governanta, alguns nomes são diferentes, coisa e tal, mas prefiro a de Dumas. Sorry, Hoffmann. 

Todas as Ilustrações originais de Bertall estão nesta belíssima edição. A Apresentação é de Priscila Mana Vaz, pesquisadora e especialista em contos de fadas, que nos fornece informações e curiosidades da obra e do balé. Aconselho a ler primeiro a história (ou histórias) para não receber nenhum tipo de spoiler, mas não deixe de ler o material mostrado em Muito Além do Balé de Natal. É, simplesmente, uma publicação completa, primorosa e imperdível. 


Quebra-nozes, na Alemanha, são tradicionalmente vistos como protetores da família e portadores de boa sorte para as casas, e foram frequentemente dados às crianças como presentes no Natal. 


Ao seguirmos Marie e Quebra-Nozes somos transportados para um mundo cheio de aventuras, encantamento e, principalmente, sonhos. Uma história que não define o que é realidade e o que é fantasia. Pra falar a verdade... quem se importa? É uma história maravilhosa, um clássico memorável. Sem dúvida é uma ótima leitura tanto para crianças quanto para adultos, na época natalina ou em qualquer outra época do ano. Um fascinante conto de fadas. Escolha a sua versão e encante-se! 




Confira a versão da Disney. 


FICHA TÉCNICA 

Título: Quebra-Nozes (a versão clássica e a versão original)    
Título Original: Histoire d'un casse-noisette (clássica francesa) / Nussknacker und Mausekönig (original alemã)      
Autores: Alexandre Dumas e E.T.A. Hoffmann   
Ano: 2018 
Páginas: 344  
Editora: Zahar 
Gênero: Conto de Fadas de Natal (Clássico)  
Tradutor: André Telles (do francês) e Luís S. Krausz (do alemão) 
Apresentação: Priscila Mana Vaz  


AUTORES  



Alexandre Davy de la Pailleterie Dumas, conhecido como Alexandre Dumas pai, nasce em Villers-Cotterêts, Aisne, França, no dia 24 de julho de 1802, neto de um marquês e de uma escrava negra de Santo Domingo. Aos quatro anos fica órfão de pai. 

Em 1821, escreve a peça "O Major de Strasburgo". Em 1822 viaja a Paris e, após assistir Hamlet, de Shakespeare, tem a convicção de que sua vocação é escrever para o teatro. 

No folhetim do jornal Le Siècle, em 1840, Dumas publica "Os Três Mosqueteiros", o primeiro da série de capa e espada que, em 1844, após ser lançado em livro, dá a Dumas fama internacional. 

Ainda em 1844, Dumas publica “O Conde de Monte Cristo”, romance que retoma a história de D’Artagnan. Mais tarde, com ajuda de colaboradores, publica as continuações de Os Romances de D’Artagnan: “Vinte Anos Depois” e “O Visconde de Bragelonne”.  

Dumas pai é um romancista e dramaturgo francês, autor de clássicos do romance de capa e espada de grande aceitação popular. 

Suas obras completas somam 177 volumes. 

Alexandre Dumas falece em Puys, perto de Dieppe, França, no dia 5 de dezembro de 1870, aos 68 anos. 




Ernst Theodor Amadeus Wilhelm Hoffmann ou, simplesmente, E.T.A. Hoffmann nasceu em 1776, em Königsberg, capital da Prússia Oriental – parte do Império alemão. 

Estudou jurisprudência e se tornou juiz-conselheiro, mas sempre se sentiu atraído pelas artes (pintura, música e literatura). 

Foi compositor e chefe de orquestra no teatro de Bamberga e escreveu a música para a tragédia de Zacharias Werner, A Cruz Sobre O Báltico.

Foi autor de obras como O Homem De Areia, Os Irmãos Serapião e O Elixir Do Diabo.

Um dos seus contos mais famosos é O Quebra-Nozes e o Rei dos Camundongos, uma história de Natal, que inspirou peças de teatro, desenhos animados, filmes e balé. 

É um dos grandes nomes da literatura fantástica mundial. 

Em 1822, o escritor alemão morreu em Berlim, Alemanha, aos 46 anos de idade. 




Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 



 

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