Lewis Carroll no País das Maravilhas

Olá, Perdidos! Quem não conhece ou nunca ouviu falar de Alice que seguiu um coelho branco, caiu num buraco e foi tomar chá no País das Maravilhas com um Chapeleiro? E de seu controvertido criador, Lewis Carroll? Pois é. Hoje, dia 27 de janeiro, lá do ano 1832, nascia o autor sob o nome Charles Lutwidge Dodgson





Solteirão, tímido e excêntrico, Charles foi um escritor britânico de ficção para crianças, conhecido por sua habilidade com jogos de palavras e lógica e, seguindo os passos do pai que era pastor protestante, virou diácono da Igreja Anglicana. 

Sua obra pode ser classificada como absurdo literário, esse estilo nonsense que se tornou um fenômeno mundial com Aventuras de Alice no País das Maravilhas (Alice’s Adventures in Wonderland, de 1865) e depois com Alice Através do Espelho OU Alice Através do Espelho E O Que Ela Encontrou Por Lá (Alice Through the Looking-Glass OU Through the Looking-Glass, and What Alice Found There, de 1871). Uma história cheia de críticas e piadas internas totalmente perdidas e escritas para leitores de outro século e de uma Inglaterra muito diferente dos dias atuais. 

Há estudos e interpretações dos mais variados da obra, mas o que fica é a obra em si. E o que lemos é o que fez Alice em sua visita acidental ao País das Maravilhas ser um sucesso muito além de seu tempo, com traduções para mais de 80 países e 97 idiomas. E, de quebra, os psicanalistas de plantão ganharam símbolos e elementos para fazerem a festa ao explorarem a história no decorrer dos anos. 

A minha interpretação preferida é a que narra a história de uma menina que está entrando na adolescência – quando cai abruptamente na toca do coelho – e vive as confusões psicológica e física pelas quais passam os adolescentes – entre o beba-me e o coma-me. Enfim... que o Chapeleiro passe seu chapéu com outros significados. 

Sua imaginação fértil não só foi responsável por criar quebra-cabeças e jogos lúdicos para ensinar matemática na Christ Church, da Universidade Oxford, como também para criar e contar histórias para crianças com quem costumava fazer amizade. 


Alice no País das Maravilhas - Perdida Na Lua Cheia



Sim. Eu sei. Lewis Carroll é controverso para dizer o mínimo. Hoje por seu comportamento seria considerado um pedófilo tirando fotos de crianças nuas e seminuas, mas o que é um escândalo hoje, era muito normal na Era Vitoriana. E nunca se soube ou se provou que ele tenha exteriorizado qualquer desejo sexual por crianças. 


Se eu tivesse a criança mais linda do mundo para desenhar ou fotografar e descobrisse nela um ligeiro acanhamento (por mais ligeiro e facilmente superável que fosse) de ser retratada nua, eu sentia ser um dever solene para com Deus abandonar por completo a solicitação. 
Lewis Carroll 
(Introdução à 1ª edição – Alice, edição comentada e ilustrada dos Clássicos Zahar)


Você sabia que Alice existiu de verdade? Sim. Durante um passeio de barco pelo Tâmisa, rio na Inglaterra, o reverendo Charles contou as aventuras de uma personagem para as irmãs Liddell: Lorina (13 anos), Alice (10) e Edith (8). Alice Liddell ficou encantada com o mundo das maravilhas e, principalmente, quando percebeu que a menininha da história de Carroll tinha o mesmo nome que ela. Assim, Charles criou o pseudônimo Lewis Carroll e, em 4 de julho de 1865, publicou sua história. 

Não posso deixar de falar das excentricidades de Carroll (mais?), como quando estabeleceu um estúdio fotográfico e registrou uma coleção com mais de três mil fotos, sendo metade só de crianças, inclusive de Alice e seus irmãos, e apenas umas 30 com crianças despidas. Só para lembrar, as fotos das crianças eram tiradas com a presença de um dos pais e o fato é que pouco menos de mil imagens resistiram ao tempo ou a sua destruição intencional. 

Outra singularidade de Carroll é que ele escreveu e recebeu até 98.721 cartas, todas catalogadas em um registro de cartas com um sistema que ele mesmo criou. Ele até documentou seus conselhos para escrever cartas mais adequadas. 

Charles ou Lewis morreu repentinamente de pneumonia em 14 de janeiro de 1898, prestes a completar 66 anos, no Reino Unido. 

Entre a dúvida eterna dos estudiosos de que o relacionamento de Carroll com as crianças tinha um teor erótico ou era simplesmente uma alma infantil agindo, a verdade é que suas obras continuam sendo muito apreciadas atualmente. Suas obras-primas "Alice" questionam o mundo e o apresentam sob a perspectiva de uma criança, em todos os seus absurdos. E estão em todas as mídias, de todas as formas, light ou dark, não importa. Até Neo, o salvador de Matrix, seguiu o coelho branco. E você vai ficar aí parado? Pega sua xícara de chá e vai atrás do felpudinho. 


Doe livros, presenteie livros ou, apenas, indique livros. 

Incentive a leitura! 




Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 



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