[ESTANTE DO NOEL] [Conto Arthur Conan Doyle] O Carbúnculo Azul



Olá, Perdidos! Comemorar o Natal ceando um belo ganso com o amigo Watson é de longe o que Sherlock Holmes considera uma noite alegre. Com ele tem que haver algo mais, aquele toque de mistério para que ele seja desafiadoramente capaz de mostrar sua performance detetivesca. O Carbúnculo Azul, de Arthur Conan Doyle, publicado pela primeira vez em 1892, é um verdadeiro especial de Natal. Afinal nada para Holmes é trivial, nem mesmo o Natal. 





Na segunda manhã após o Natal, Watson decide visitar Sherlock Holmes para desejar boas festas ao amigo que está em casa resolvendo o caso de um chapéu-coco surrado que se perdeu de seu dono. 

Holmes explica que na manhã de Natal, o comissário Peterson apareceu na 221B Baker Street com um belo ganso gordo e um chapéu, cujo proprietário deixou cair durante uma briga de rua. Peterson disse que passava no local no momento da briga e quando viram o uniforme de policial todos fugiram. E lá ficaram jogados no chão o chapéu e o ganso. Sem saber a quem pertenciam procurou a ajuda de Holmes. 

É claro que o ganso já tinha seu destino traçado pelo comissário. E foi justamente no momento de limpar o ganso para a ceia que descobriram dentro dele uma pedra rara: o carbúnculo azul, da condessa de Morcar. 

Aí acontece uma reviravolta na história. Um simples caso para descobrir o dono de um chapéu estropiado transformou-se no furto de uma pedra preciosa e essa “pedra tem um valor sentimental, e que a condessa daria metade de tudo o que tem para recuperá-la”. 

Uma aventura natalina de Holmes com seu amigo Watson para desvendar os eventos em busca do culpado e recuperar o famoso Carbúnculo Azul. 


– Não vi nada de mais – eu disse, devolvendo o chapéu para o meu amigo. 
– Pelo contrário, Watson, você viu tudo. No entanto, não foi capaz de pensar sobre o que viu. Você é muito tímido para traduzir suas deduções em palavras. 
– Então, por favor, diga-me o que você pode deduzir desse chapéu. 


Carbúnculo Azul? 

É claro que fiz uma pesquisa e descobri que carbúnculo é uma pedra preciosa brilhante e o Carbúnculo Azul é um Diamante Azul cuja coloração única vai além de qualquer outra pedra preciosa azul. 

Os diamantes azuis são tão raros que compõem apenas 0,02% do número de diamantes encontrados no mundo. Esses diamantes azulados são formados por traços do elemento químico boro que substituem os átomos de carbono na composição da pedra. Assim, quanto mais boro, mais vibrante é a tonalidade de azul, indo do azul claro ao escuro, além de uma variedade de tons verde-azulados. Gostou? 


Pintura de Eugene François Marie Joseph Deveria (1808-1865), ano 1834 



Ao descobrir que o ganso guardava uma famosa pedra preciosa, roubada da condessa de Morcar quando estava hospedada no Hotel Cosmopolitan, Holmes decide refazer os últimos passos do ganso, indo atrás do responsável pela venda da ave até a pessoa que a comprou. 

Nem na época de Natal Sherlock Holmes descansa. Mesmo algo tão simples como encontrar o dono de um chapéu acaba virando um caso bem mais sério, um crime. Quem diria que dentro do papo do ganso estaria uma pedra prá lá de preciosa? Única no mundo! Seria o dono do chapéu o ladrão da joia azul? Holmes teria que agir. 

Seguindo as evidências, ele chega ao culpado. E seu fiel amigo teria que estar lá para anotar tudo para a posteridade. Mas... não vou estragar a surpresa e as façanhas do detetive. 


Apesar da pouca idade, já tem uma história sinistra. Dois assassinatos, um arremesso de ácido, um suicídio, tudo por causa desses três gramas de carvão cristalizado. Quem diria que um brinquedinho tão bonito seria uma fonte de abastecimento da força e da prisão? 


O conto foi publicado pela primeira vez na revista Strand Magazine, em janeiro de 1892, e com oito ilustrações de Sidney Paget que infelizmente não fazem parte desta edição. Mas, tudo bem. 


Ilustração de Sidney Paget - Strand Magazine, 1892



A história é bem interessante e eu até que dei uns chutes certeiros. A narrativa é uma excelente oportunidade de vermos o genial detetive em ação. É incrível como um chapéu e um ganso se transformam num furto de uma pedra raríssima e, é claro, muito valiosa. 

Pois é, Holmes não descansa e nós também não! Uma aventura curta e rápida que mostra como nosso maravilhoso detetive é esperto, inventivo e... indulgente, às vezes. Afinal, é Natal, meu caro Watson! 



 FICHA TÉCNICA 


Título: O Carbúnculo Azul (conto)    
Título Original: O Dia Em Que Sherlock Holmes Morreu     
Autor: Arthur Conan Doyle   
Ano: 2015 
Páginas: 400  
Editora: Tordesilhas  
Gênero: Conto Policial (Clássico)   
Tradutor e Organizador: Daniel Knight 
Ilustrações: João Pirolla  


AUTOR 



Arthur Ignatius Conan Doyle, mais conhecido como Arthur Conan Doyle ou, simplesmente, Conan Doyle, nasceu no dia 22 de maio de 1859, em Edimburgo, Escócia, numa família católica-irlandesa abastada e rígida. 

Estudou medicina na Universidade de Edimburgo onde começou a escrever histórias. Antes dos 20 anos publicou uma de suas histórias no Chambers’s Edinburgh Journal. Após a formatura, serviu como médico em um navio. A viagem despertou nele o seu espírito aventureiro. Enquanto aguardava por pacientes que nunca apareceram em seu consultório, Conan Doyle começou a escrever novamente. 

Em 1887, foi publicada a sua primeira obra célebre, Um Estudo Em Vermelho, romance de estreia do extraordinário e notório detetive Sherlock Holmes e seu fiel amigo e assistente Dr. Watson. Tornou-se famoso pelas 60 histórias com Sherlock Holmes, inovando na literatura criminal, mas também escrevia histórias de ficção científica e não-ficção, romances e poesias, entre outros estilos. Com o sucesso, ele se aposentou como médico e viveu seus dias apenas como escritor. 

Depois das histórias de Sherlock Holmes, sua obra mais conhecida é a ficção científica O Mundo Perdido, publicado em 1912. 

Apesar de ter nascido numa família católica, em 1881 Conan Doyle renegou sua fé na igreja católica e lutou para propagar sua fé espírita, inclusive por meio de uma série de livros escritos entre 1918 e 1926. 

Conan Doyle casou-se duas vezes e teve cinco filhos. Em 1902 participou da Guerra Boer, na atual África do Sul, e atuou na linha de frente como cirurgião. 

Em 1893, cansado por seu ilustre detetive tirar-lhe o tempo necessário para escrever obras mais importantes, Conan Doyle assassinou Sherlock Holmes.  Tanto Holmes quanto o seu arqui-inimigo, professor Moriarty, morreram na história O Problema Final. Claro que a morte do detetive causou comoção e o público exigiu que Holmes voltasse à vida, o que aconteceu definitivamente em A Casa Vazia, após ter sido reapresentado em O Cão dos Baskervilles que alcançou grande sucesso. 

No dia 7 de julho de 1930, aos 71 anos, Conan Doyle sofreu um ataque cardíaco no jardim de sua casa em Crowborough, Inglaterra, e não resistiu. Apertando uma mão contra o coração enquanto com a outra segurava uma flor, suas últimas palavras foram dirigidas à sua esposa: “Você é maravilhosa”. 

No cinema, na TV, no teatro, nos games ou em qualquer outra mídia, o personagem Sherlock Holmes é um dos mais imitados, parodiados e citados no mundo. Seus contos nunca pararam de ser reimpressos, desde 1891 quando foi publicado o primeiro conto e seus romances foram traduzidos para quase todos os idiomas. 




Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 



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