Olá, Perdidas e Perdidos. O Império Galáctico de Palpatine e Lord Vader chegou ao fim e a Nova República foi instaurada. A Galáxia livre respira novamente. Com o fim da repressão, todos os povos poderiam ter paz e prosperidade. Mas... até quando? Em Star Wars: Legado De Sangue, de Claudia Gray, vemos uma Leia Organa, agora Senadora conceituada, travando lutas cheias de politicagem e com um sistema falido burocrático, onde nada avança. Porém há algo no ar e ela sente que o perigo está à espreita.
Leia Organa foi peça fundamental na derrota do Imperador e suas Estrelas da Morte, em Uma Nova Esperança e O Retorno de Jedi. Com a queda do Império, Leia tornou-se uma senadora muito respeitada e uma das responsáveis por instaurar a Nova República. Excelente política, esperta e sagaz, Leia está cansada do Senado e suas discussões sem fim e sem nenhum ato de efeito real e beneficente para com o povo da Galáxia. Longe de quem ama e sem notícias de Luke, seu irmão, e Ben, seu filho, ela está pensando em renunciar para ficar mais tempo ao lado de seu marido Han Solo, atualmente um piloto renomado, e viajar com ele por toda a Galáxia.
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O Senado da Nova República, estabelecido no complexo senatorial em Hosnian Prime, agora está dividido entre dois partidos: os Centristas e os Populistas. Os Centristas acreditam que a galáxia deve ser governada com pulso mais forte e com um comando militar mais expressivo. Já os Populistas, onde Leia se encontra, acreditam na autonomia dos planetas e que as decisões devem ser tomadas em conformidade. Muita politicagem e quase nenhuma atitude. Vixe! Será que o planeta Terra faz parte da Nova República?
– Em uma galáxia ideal, sim. Infelizmente, essa não é a galáxia em que vivemos. – Leia soava tão desiludida que até sentiu desgosto de si mesma.
Quando o emissário Yendor de Ryloth, um pequeno planeta autônomo, preocupado que a liberdade de seu mundo esteja sendo ameaçada pela formação de cartéis, procura ajuda do Senado e pede que investiguem uma série de ações criminosas de contrabandistas, a maioria dos senadores prefere se omitir. As discussões parecem não ter fim entre os políticos e nenhuma atitude é tomada. Logo, vendo uma oportunidade de voltar a ação, Leia assume que ela mesma vai apurar a denúncia do tráfico e escravidão que voltaram a assolar Ryloth, como aconteceu no passado com os Hutts.
Uma missão de verdade, parecida com aquelas dos velhos tempos, e que a faria sair do seu lugar de (des)conforto poderia ser a chave de ouro com que encerraria suas atividades no cargo de Senadora, onde as únicas lutas que trava são burocráticas.
Entretanto, Leia não irá sozinha na missão. Seu principal opositor político, Ransolm Casterfo, um jovem de 32 anos, carismático e belo senador centrista em ascensão é designado para ir com ela. Os dois à princípio não se dão muito bem, pois Leia encontra no gabinete de Casterfo uma coleção particular com vários artefatos imperiais e, portanto, ela julga que ele seja um simpatizante do famigerado e extinto Império. Algo imperdoável.
Mesmo com suas diferenças à flor da pele, Leia e Casterfo embarcam na Espelho Brilhante, nave pessoal de Leia, junto com Greer, a piloto da nave, Korr Sella, uma estagiária assistente de Leia, e o tenente Joph Seastriker, o piloto da escolta X-wing da senadora, e vão rumo a Bastatha averiguar os tais contrabandistas do Cartel de Especiarias, liderado pelo Nikto conhecido como Rinnrivin Di. Bastatha é um planeta resort-cassino onde Rinnrivin Di manteria uma de suas várias bases de operações.
Agarre-se na poltrona que a nave vai dar um salto no hiperespaço. A aventura começa.
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A Inércia De Um Senado Dividido
A história do livro se passa uns seis anos antes de Star Wars – Episódio VII: O Despertar Da Força e, assim como Leia, presenciamos que um novo perigo para a liberdade da Galáxia está crescendo e tomando corpo.
[...] Um tirano pode fazer qualquer coisa parecer ser ‘a vontade do povo’.
Após a Batalha de Endor se seguiu um longo período de paz. Infelizmente, todas as lutas e batalhas acabaram caindo no esquecimento ou virado lendas. As histórias da Aliança Rebelde contra o Império se perderam na memória das novas gerações. Palpatine, Vader, Han, Chewie, Luke e Leia não passam de personagens ficcionais que ressurgem em noites frias, tão frias quanto o espaço.
Em Star Wars: Legado De Sangue, Leia está mais madura, afinal já se passaram uns 30 anos depois que o Império foi derrotado. De Princesa de Alderaan, Senadora Galáctica, Rebelde da Aliança, General dos Rebeldes até Senadora da Nova República, Leia agora se encontra entre questões meramente político-burocráticas e está vendo o Senado se afundando em indiferença e jogos políticos, sem ao menos seus representantes perceberem que a paz está cada vez mais frágil.
Leia está cada vez mais cansada da inutilidade e passividade do Senado e pretende renunciar ao cargo. Quer e não quer. Ela sente que não consegue realizar nada para ajudar quem realmente precisa, mas teme que se ela deixar sua cadeira no Senado vazia poderá ser ainda pior.
[...] Apatia e inação haviam infectado os dois lados do Senado. Apenas ele e Leia pareciam enxergar o potencial desastre assomando no horizonte.
Mas apesar de não ser mais tão jovem como nos tempos da Aliança Rebelde e da desilusão que seu cargo apresenta, Leia mantém o espírito jovem e guerreiro em busca de justiça e igualdade entre todos os planetas e povos.
Adorei acompanhar os pensamentos e atitudes de uma mulher que não espera pelos outros para fazer alguma coisa, ela mesma levanta a manga, coloca seus títulos nobres em uma gaveta e faz o serviço. Algo tem que ser feito e ela fará. Ou melhor, ela faz!
Os personagens são bem construídos, de Leia e Casterfo a outros senadores e assistentes de gabinete e pilotos, Han, até mesmo o falastrão C3PO e, vou confessar que tive vontade de esbofetear a pomposa e arrogante senadora Lady Carise. Oh, mulherzinha chata, mas consegui me segurar! A autora mostra um Senado igual a tantos outros com muita burocracia e, é claro, onde há seres pensantes há a probabilidade de seres corruptíveis. Seja aqui ou numa Galáxia muito, muito distante.
O Maior Segredo De Leia
Uma coisa que gostei muito e que tinha ficado de lado é o fato de sua compreensão e aceitação ou não de que Darth Vader, seu algoz, o homem que aniquilou seu povo, seus pais e seu planeta inteiro, é também o seu verdadeiro pai.
– Sei lá. – Joph balançou a cabeça. – Faz o Império parecer como... algo saído de uma história. Algo que não foi real. [...] Eles enfrentaram as Estrelas da Morte em X-wings. E o que fazemos? Devolvemos o favor tratando Palpatine como se fosse apenas um bicho-papão de história infantil?
Como isso a afetou, afetou sua família e amigos e como ela lidou com esse fato. Além disso, como as outras pessoas reagiram quando tudo foi revelado, e como a própria Leia reagiu à exposição pública desse segredo. Afinal, sua honestidade e integridade foram postos em dúvida diante de toda a Galáxia.
Talvez, esse fato tenha sido um dos motivos de seu filho Ben ter se tornado o vilão Kylo Ren. Algo tão profundo e intimamente perturbador tinha que ser mostrado e analisado. Leia merecia.
Gostei muito da autora Claudia Gray, achei sua escrita excelente, dinâmica, captando a essência da Princesa Leia de forma sensacional. Ela mostrou alguns outros lados da história que muitas vezes passam despercebidas e como a vida das pessoas foi transformada com as crueldades do Império, nessa busca pelo controle total do Universo e seus habitantes. E o modo como a autora preencheu todas as lacunas e alinhou sua história na saga Star Wars foi perfeito. Amei!
Politicagem, traição, intrigas, amizade, revelações, decepções, atentados, lutas e espionagem permeiam essa história com ação, perigos, reflexões e debates políticos de Leia Organa, a emblemática heroína rebelde, marcando o início do conflito entre a Resistência e a Primeira Ordem que se consolidaria em O Despertar Da Força.
– O sol está se pondo sobre a Nova República – disse Leia. – Está na hora de a Resistência se erguer.
E como diz a Nota dos Editores que abre o livro: “O universo de STAR WARS é infinitamente rico e criativo”. Se você, assim como eu, é fã da saga, leia o livro. E se você apenas acha interessante, não perca essa dica. Boa leitura!
Título: Star Wars: Legado de Sangue
Título Original: Star Wars: Bloodline
Autor: Claudia Gray
Ano: 2017
Páginas: 360
Editora: Aleph
Gênero: Ficção Científica
Tradutor: Marcia Men
AUTOR
Amy Vincent ou Claudia Gray, pseudônimo da escritora, nasceu em New York, nos Estados Unidos.
Amy trabalhava como advogada e jornalista, mas sempre se interessou por antiguidades, filmes clássicos e História. Todos esses assuntos ajudaram a escritora a compor o universo de sua série paranormal Noite Eterna.
Ela é autora de diversos livros para o público jovem adulto, entre eles a trilogia de ficção científica Firebird; as séries de livros Spellcaster e Meia-Noite; além de escrever os romances da saga Star Wars como: Estrelas Perdidas e Legado de Sangue.
Amy trabalhava como advogada e jornalista, mas sempre se interessou por antiguidades, filmes clássicos e História. Todos esses assuntos ajudaram a escritora a compor o universo de sua série paranormal Noite Eterna.
Ela é autora de diversos livros para o público jovem adulto, entre eles a trilogia de ficção científica Firebird; as séries de livros Spellcaster e Meia-Noite; além de escrever os romances da saga Star Wars como: Estrelas Perdidas e Legado de Sangue.
Até a próxima!
Beijos mil! :-)
Criss
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