Perdidas e Perdidos. Viva o Rock! É isso mesmo!!!! Com muito rock na veia, com o som pauleira resistindo no ar, dominando o guarda-roupa e inspirando minha playlist vamos dar uma olhadinha na obra de Roberto Muggiati, Rock: do Sonho ao Pesadelo.
Eis que ele surge, o Rock. Depois de uma fracassada intervenção dos Estados Unidos na Coréia do Norte (e alguns anos depois no Vietnam) e do terror de uma guerra nuclear ao alcance da mão, num simples pressionar de um botão durante a Guerra Fria, é chegada a hora de mudar.
Com suas canções frenéticas, os rock’n’rollers propunham um universo sonoro aberto para a vida, com cheiro e cor...
Deixando para trás as famílias perfeitas de propaganda de margarina e suas melodias sentimentais e melosas, os jovens americanos dos anos 1953 se impressionavam com “O Selvagem” Marlon Brando que confrontava essa sociedade tão certinha. E apesar de um acidente de carro em 1955 ter provocado a morte do rebelde sem causa James Dean, aos 24 anos, o ator se tornou ícone da rebeldia de sua época, se consolidando como a lenda de toda uma “Juventude Transviada”. Representante maior das inquietudes vividas pela juventude da década de 1950 que tornaram “Rock Around The Clock”, de Bill Halley, seu hino supremo.
E assim, tudo começa.
E assim, o livro começa.
Na introdução, somos apresentados ao clima e a época do surgimento desse gênero musical visceral, com um ritmo muito marcado. O Rock, sempre associado à rebeldia e ao ímpeto juvenil, está ligado à reflexão e a contestação de valores ultrapassados, desafiando toda uma sociedade através de suas letras, seus vocais e seus instrumentos. Nesse momento a música se emancipa: sai da classe dominante e passa a ser do povo. É o Rock que chegou para ficar.
Disse o reverendo John P. Carrol, de Boston: O rock’n’roll excita a juventude como os tambores da selva preparando os guerreiros para o combate.
Ainda na introdução do livro, o autor nos leva do paraíso ao inferno com os pais do rock. Vemos um Little Richard que decidiu abandonar a música e tornar-se religioso; Buddy Holly que começou cedo na música e morreu cedo, também; Os Everly Brothers que viveram a glória para depois entrarem em declínio; Carl Perkins que teve que ver sua música sendo um sucesso através de outro artista enquanto estava hospitalizado; Chuck Berry que conseguiu o sucesso e o reconhecimento, além de riqueza; Jerry Lee Lewis um artista temperamental e que adorava destruir seus pianos nos shows. Ufa! É muita coisa.
Logo a seguir temos 16 biografias resumidas de personalidades do Rock até o ano de publicação do livro, na “Primavera de 1984” (é o que está impresso no livro). Suas histórias, suas verdades e mentiras, como alcançaram o sucesso meteórico e, para alguns, o pesadelo da queda, também meteórica, ou a morte. Uma festa que começou há alguns anos e que ficou marcada por drogas, sexo e muito rock’n’roll.
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Roberto Muggiati é um crítico e pesquisador de música que vivenciou toda aquela agitação que deu origem ao desenvolvimento do Rock e o fenômeno de massa que ele se tornou. E, no livro, ele faz uma breve dissertação sobre as origens do rock e nos apresenta o perfil biográfico muito bem escrito de 16 músicos que foram os sucessores e que se tornaram, também, os influenciadores diretos do Rock que se expandia. Vozes marcantes e fundamentais na história do Rock. São eles: Elvis Presley, John Lennon, Bob Dylan, Mick Jagger, Simon & Garfunkel, Jimi Hendrix, Eric Clapton, Janis Joplin, Jim Morrison, Paul McCartney, Pete Townshend, Yoko Ono, George Harrison, David Bowie e Ringo Starr.
Mas o rock’n’roll dominaria as paradas numa ascensão irresistível.
Para mim, são todas estrelas das mais brilhantes, com exceção de Yoko Ono. Sei que ela era uma artista bastante inovadora naqueles anos. Mas, mesmo após ler a sua biografia, não acho que ela devesse ter um perfil nesta história, a não ser por ter influenciado a carreira de John Lennon.
O livro é bastante interessante para quem gosta desse gênero musical (assim como eu!) ou para quem gosta, simplesmente, de música ou para quem apenas quer conhecer um período histórico de bastante criatividade e euforia, marcado por um dos mais relevantes movimentos socioculturais do século XX. Mesmo que hoje, o Rock tenha se tornado mais comercial do que ideológico, perdendo seu foco inicial.
We’re gonna rock, rock, rock ‘till broad daylight.
Fica essa excelente dica. Rock: do Sonho ao Pesadelo.
We’re gonna rock, we’re gonna rock around the clock tonight. Yeah!
Fica essa excelente dica. Rock: do Sonho ao Pesadelo.
We’re gonna rock, we’re gonna rock around the clock tonight. Yeah!
FICHA TÉCNICA
Título: Rock: do Sonho ao Pesadelo
Título Original: Rock: do Sonho ao Pesadelo
Autor: Roberto Muggiati
Ano: 1984
Páginas: 216
Editora: L&PM
Gênero: Biografia e Música
AUTOR
Roberto Muggiati é um jornalista e escritor brasileiro. Nasceu em Curitiba e estudou no Centre de Formation des Journalistes de Paris e desde 1954 é jornalista.
Nos anos 1960 (de 1962 até 1965) trabalhou na BBC de Londres e foi editor das revistas nacionais Manchete, Fatos & Fotos e Veja.
É um apaixonado por jazz, saxofonista e admirador da improvisação que ele considera o “som da surpresa”. Também é autor de vários livros sobre música e política como Mao e a China; Blues: da Lama à Fama; Rock: o Grito e o Mito; Jazz, uma História em Quatro Tempos; Rock: do Sonho ao Pesadelo; o romance A Contorcionista Mongol, e muitos mais.
Foi o organizador das compilações A Selva do Amor e A Selva do Dinheiro. Fez também trabalhos de tradução como, por exemplo, Entre Quatro Paredes, Segredos de Sangue, O Livro dos Espelhos, John Lennon A Vida, entre outros.
Até a próxima!
Beijos mil! :-)
Criss
Criss
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