Perdidas e Perdidos! Preparem-se para enfrentar os Espíritos do Tâmisa, primeiro livro da série Enigmas de Londres, de Ben Aaronovitch, uma história que mistura uma trama de suspense policial com magia.
Certa noite acompanhamos Peter Grant, um jovem policial de Londres, e sua parceira Lesley May durante a investigação de um estranho e brutal assassinato. Enquanto guardava o local do crime sozinho, pois Lesley havia ido pegar um café, o distraído policial toma o depoimento de uma testemunha chamada Nicholas Wallpenny que, supostamente, teria visto o homicídio. Nada demais até aí, afinal policiais interrogam e anotam testemunhos em seus bloquinhos a todo instante. Mas e se essa testemunha fosse um morto, um fantasma? Complicado, né?
– Pode provar que está morto? – perguntei.
– Como queira, oficial – disse Nicholas, e avançou para a luz.
Ele era transparente, do modo como hologramas em filmes são transparentes. Tridimensional, definitivamente ali, e transparente. Eu conseguia ver através dele a barraca branca que a equipe de peritos montara para proteger a área ao redor do corpo.
Certo, pensei, só porque você enlouqueceu não significa que deva deixar de agir como policial.
– Pode me contar o que viu? – perguntei.
Pode até ser complicado e estranho para todos nós meros mortais, mas não para Peter que sequer se assusta com o fantasma ou com a possibilidade de estar enlouquecendo. E muito menos é algo que o Inspetor Thomas Nightingale, o último mago da Inglaterra, deixe passar despercebido. Talvez por esse motivo, Nightingale convença Peter e o transforme em seu aprendiz, pois vê nele grande potencial para seguir seus passos.
E assim, um mundo de magia se desdobra aos olhos de Peter que agora tem que enfrentar vampiros, fantasmas e deuses de rios enfurecidos. Além de um espírito vingativo e do mal que está ameaçando a paz de londrinos inocentes.
– Eu nunca me preocupei com questões teológicas – disse Nightingale. – Eles existem, eles têm poder, e eles podem violar a paz da rainha; isso faz deles um problema da polícia.
O enigmático Inspetor Nightingale opera uma espécie de Arquivo X londrino dentro do Departamento de Polícia, onde só os mais graduados conhecem a Londres verdadeira e cheia de segredos. Com a ajuda de Peter, agora um iniciante nos mistérios da magia e dos feitiços, os dois saem em busca de rastros sobrenaturais para resolver a série de assassinatos que ronda a cidade.
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Narrada pelo oficial Peter, a história do livro mistura espíritos perversos e vingativos com outros seres sobrenaturais. Além de um conflito paralelo que está acontecendo entre os Deuses do Rio Pai Tâmisa e Mãe Tâmisa (isso mesmo, o Rio Tâmisa), e também entre seus filhos, os afluentes. Tem até um pouco de teatro!
Peter como narrador é sarcástico com seu humor britânico. Nada contra o rapaz. Contudo, é essa miscelânea de assuntos que provoca uma certa desorientação na narrativa.
– Você conhece meu pai?
– Não – ela disse, e me deu um sorriso sábio. – Apenas no sentido de que todos os músicos de Londres me pertencem, especialmente os de jazz e blues. É uma coisa de rio.
Só por curiosidade: o Tâmisa (ou River Thames em inglês) banha Londres e outras localidades com seus 346km de extensão, sendo o maior rio localizado inteiramente em território inglês e o segundo maior do Reino Unido.
Vou ser bem sincera com você. Não curti. Não gostei do livro. Desde o início da leitura me senti incomodada com o livro, com as palavras, com o texto. Não sei ao certo o motivo. A narrativa não me agradou, achei enfadonha e para mim faltou glamour (e muito!) à escrita de Ben e até mesmo ao tema abordado. Apesar de Ben Aaronovitch ter sido roteirista da aclamada série de TV de ficção científica Doctor Who nos anos 1980.
A história de mistério sobrenatural com algumas pitadas de humor e sarcasmo no submundo de Londres também não foi assim tão interessante quanto prometia. Sei lá, meio borocoxô e, por vezes, confusa! Enfim... Comprei os livros 1 e 2 da saga Enigmas de Londres numa promoção. Acho que a leitura do livro 2 não vai rolar. Pelo menos por enquanto.
Guia para os leitores da saga Enigmas de Londres extraído do site SYFY WIRE |
E por falar em Londres, a cidade é, praticamente, uma protagonista hors concours sendo mencionada diversas vezes, desde estações do metrô até a Royal Opera House. Um verdadeiro tour pela capital inglesa para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-la pessoalmente ou uma bela lembrança para aqueles que já experimentaram seu encantamento.
Mesmo com o reconhecimento da escritora best-seller de Outlander, Diana Gabaldon, que disse numa das capas (a mais antiga) do livro “o que aconteceria se Harry Potter crescesse e se unisse aos CSI?”, o único ponto em comum entre Harry Potter e Peter Grant é que os dois são ingleses aprendendo magia e ponto final! E me desculpe a revista britânica SFX que divulga os gêneros ficção científica e fantasia, mas “o thriller de fantasia mais viciante dos últimos tempos” só pode ser brincadeira.
Eu concordo que o livro pode até ser original ao misturar ciência com magia, mas compará-lo a Harry Potter e dizer que é uma história policial de mistério que não vamos conseguir largar... Huuummmmmm... Não acho, não. Só li o livro inteiro porque fui teimosa e queria ver se melhorava. O que, ao meu ver, não aconteceu. E, para dizer a verdade, o personagem que mais me atraiu foi o Toby, o cachorrinho que ganhou um novo lar junto aos detetives do sobrenatural. Hahahahahaha!
– Você colocou um feitiço no cachorro – eu disse quando saímos da casa.
– Um pequeno – disse Nightingale.
– Então magia é real – eu disse. – O que faz de você um... o quê?
– Um mago.
– Como Harry Potter?
Nightingale suspirou.
– Não, não como Harry Potter.
– Em qual sentido?
– Não sou um personagem de ficção – disse Nightingale.
Sinto muito Ben, fico só com a série Doctor Who.
FICHA TÉCNICA
Título: Espíritos do Tâmisa
Título Original: Rivers of London
Autor: Ben Aaronovitch
Ano: 2012
Páginas: 368
Editora: Casa da Palavra
Gênero: Ficção e Fantasia
Tradutor: Alexandre Martins
AUTOR
Ben Dylan Aaronovitch ou, simplesmente, Ben Aaronovitch nasceu em fevereiro de 1964. Nasceu e cresceu em Londres, Inglaterra. Além de escritor, ele foi roteirista da consagrada série de TV da BBC, Doctor Who, para a qual escreveu vários episódios nos anos 1980. Também escreveu alguns romances baseados na série.
Nos anos 1990, Ben foi roteirista recorrente de outra série de TV, Jupiter Moon.
Após uma década de trabalho com roteiros, Ben decidiu que era hora de mostrar ao que veio e que poderia escrever livros, também. Seu primeiro e principal trabalho foi e continua sendo a série de suspense policial sobrenatural Enigmas de Londres, muito bem-conceituada entre os britânicos.
Atualmente vive em Wimbledon, também na Inglaterra.
Até a próxima!
Beijos mil! :-)
Criss
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