Pegue “Um Punhado De Centeio” E Marque A Trilha

Um Punhado de Centeio, de Agatha Christie, foi o livro que eu escolhi para o Desafio de Leitura de 2018, item número 6 – Um livro publicado antes de você nascer. A primeira publicação deste livro aconteceu em 1953. Eu sempre tive vontade de ler Agatha Christie, mas nunca houve oportunidade. Mas agora isso acabou. Finalmente tomei vergonha na cara! Hahahahahaha! 




É assim que começa Um Punhado De Centeio

Seguindo o seu ritual matinal, o Sr. Rex Fortescue, presidente da Consolidated Investiments Trust, começa seu dia na empresa com uma xícara de chá bem quente servida pela sua secretária pessoal, a glamorosa e exemplar Srta. Grosvenor. Um dia como outro qualquer. Mas, ninguém estava preparado para uma quebra brutal na rotina: o Sr. Fortescue é envenenado e... morre

O detetive inspetor Neele é designado para resolver o caso e, de imediato se depara com um punhado de centeio em um dos bolsos do paletó do falecido, o que sem dúvida era algo inusitado para um empresário, mesmo que de caráter duvidoso como ele. Uma amostra? Algo relacionado com compra e venda de grãos? 

− Isso não me ajuda em nada – disse o inspetor Neele. – Eu continuo na mesma. Com um punhado de centeio... e nenhuma explicação para isso.  

Avançando a investigação, a autópsia revela que o veneno foi administrado umas três horas antes dos primeiros sintomas aparecerem. E que o veneno utilizado foi taxina, um tipo muito raro e incomum, e que é encontrado nas frutas ou folhas do teixo. Com o conhecimento da substância tóxica empregada e o tempo que leva para se manifestar, as suspeitas recaem sobre a família e os empregados do Sr. Fortescue, em sua própria casa. Coincidências à parte, o detetive tem uma surpresa ao saber que a mansão dos Fortescue é conhecida como Chalé do Teixo. Bem incriminador. 

E, então, mais dois assassinatos ocorrem na mansão, seguindo um mesmo padrão bizarro. Mas, quando uma das vítimas é uma conhecida de Miss Marple, a detetive amadora aparece e decide dar uma mãozinha nas investigações para desmascarar o criminoso. 

Miss Marple poderia ser de grande valia para ele. Era uma pessoa séria e de integridade inquestionável que, como todas as outras senhoras de idade, dispunha de tempo de sobra e um faro infalível para boas fofocas.  

À medida que investigam a família e os criados, os detetives percebem que qualquer um poderia ter cometido o assassinato. Há vários conflitos e segredos que se manifestam após a morte do Sr. Fortescue. Porém, Miss Marple percebe detalhes que passam despercebidos para o detetive Neele, e seu faro aguçado em “ler” nas entrelinhas do que os suspeitos estão falando e ser perspicaz o suficiente para descobrir o que estão escondendo a levam ao responsável pelos assassinatos. É Miss Marple que reconhece o padrão que existe nas mortes, através de uma canção infantil, e resolve o caso para o detetive Neele que tem como função providenciar as provas que levarão o culpado ou a culpada para trás das grades. 

Uma canção bem simplesinha, um punhado de centeio, E uma torta com duas dúzias de melros de recheio. Quando a torta é cortada os pássaros começam a cantar. O que pode ser melhor para o rei como manjar? O rei estava na sala do tesouro, contando seu dinheirinho, A rainha estava no salão, passando mel em seu bolinho, A criada estava no jardim, pendurando as roupas, toda feliz, Foi quando veio um passarinho e lhe bicou bem no nariz.  




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Logo de cara, Dame Agatha Christie nos apresenta um mistério a ser resolvido. Quem seria o assassino? Seria o famigerado mordomo? Uma lista enorme de suspeitos e suas várias insinuações que tentam nos desviar da trilha para achar o verdadeiro culpado, é típico da autora. Afinal, no fim temos que ser surpreendidos. Temos que ficar boquiabertos. É por isso que ela é a Rainha do Crime

Miss Marple é um personagem à parte. Observadora da natureza humana, ela surpreende pelo seu modo investigativo. Atuando em segundo plano, aproveita-se da idade avançada e que não oferece nenhum tipo de perigo. Não poderiam estar mais enganados. Perguntando aqui e ali, ela vai fazendo suas investigações como quem não quer nada. E assim, ela consegue resolver casos intrincados e bem complexos, averiguando e fazendo deduções lógicas. 

− Eu imaginei... não sei se estou querendo demais... se eu puder ajudar em alguma coisa, oferecer um ponto de vista feminino. Trata-se de um assassino perverso, inspetor Neele, e a perversidade precisa ser punida.  

De grão em grão vamos colhendo informações e tirando nossas próprias conclusões, do mesmo modo que o detetive inspetor Neele e a detetive amadora, ou melhor dizendo, a mexeriqueira de plantão Miss Marple. Hahahahahahaha! E isso é que é legal nesse tipo de leitura. Interagimos e criamos nossas próprias suposições para depois compará-las com as da trama, que por sinal é excelente, e, então, descobrir se nossos emaranhados se interligam no final. Às vezes acertamos e muitas outras vezes erramos. 

− Eles não são meus amigos – responde Neele, e repetiu uma frase que já havia ouvido antes: – Eles são todos simplesmente detestáveis...  

Vou lhe dizer que eu tinha um suspeito e, realmente, foi quem eu pensei. Fiquei bem emocionada por ter solucionado a charada. Quer dizer, parte da charada. Porque acertar como tudo foi arquitetado já são outros quinhentos. Hahahahahaha! 

Se você gosta de um bom suspense policial e tem faro fino não deixe de ler Um Punhado de Centeio


FICHA TÉCNICA

Título: Um Punhado de Centeio   
Título Original: A Pocket Full of Rye   
Autor: Agatha Christie   
Ano: 2015 
Páginas: 256   
Editora: L&PM Pocket  
Gênero: Suspense Policial    
Tradutor: Alexandre Boide   



AUTOR 

Agatha Mary Clarissa Christie ou como todos a conhecem mundialmente Agatha Christie nasceu em Torquay, Inglaterra, no dia 15 de setembro de 1890.  

Conhecida como a Rainha do Crime, Agatha Christie escreveu mais de 80 romances e coletâneas de contos, sem mencionar mais de uma dúzia de peças, incluindo A Ratoeira (The Mousetrap), peça que ficou mais tempo em cartaz na história do teatro.  

Agatha se destacou por suas histórias de suspense policial, mas seus romances possuem temas muito mais abrangentes. Talvez por isso, seja considerada uma das escritoras mais queridas de todos os tempos. 

Com tramas criativas e personagens fascinantes, foram realizadas inúmeras adaptações de seus livros para o cinema e a TV, principalmente, com dois de seus personagens mais emblemáticos: o detetive belga Hercule Poirot e a detetive amadora Miss Marple. Um verdadeiro tributo ao seu sucesso permanente. 

Agatha é a romancista mais vendida e, portanto, a mais bem-sucedida da literatura popular mundial. Suas obras juntas venderam durante os séculos XX e XXI mais de quatro bilhões de cópias, ficando atrás apenas de Shakespeare (seu conterrâneo) e da Bíblia. Durante sua carreira ela utilizou o pseudônimo de Mary Westmacott em alguns livros. 

Em 1971 foi condecorada pela Rainha Elizabeth II, da Inglaterra, como “Dame” (Dama) do Império Britânico; título equivalente ao “Sir”, concedido aos homens. No dia 12 de janeiro de 1976, na cidade de Wallingford, também na Inglaterra, Agatha Christie morreu aos 85 anos, de causas naturais. 





Até a próxima! 

Beijos mil! :-) 
Criss 




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