Monteiro Lobato Visita O Sítio Do Picapau Amarelo

Olá, Perdidos! 🎵"Boneca de pano é gente, sabugo de milho é gente. O sol nascente é tão belo. Sítio do PicaPau Amarelo. Rios de prata, pirata. Voo sideral na mata, universo paralelo. Sítio do PicaPau Amarelo"🎵. 

Como diz a icônica música de Gilberto Gil na abertura da adaptação da série de 23 livros para a TV, O Sítio do Picapau Amarelo é um universo cheio de magia que encantou e ainda encanta muitas crianças brasileiras. Apesar de todo o bafafá que envolve Monteiro Lobato, o criador do Sítio do Picapau Amarelo, foi sua obra que abriu as portas para a literatura infantil brasileira





José Renato Monteiro Lobato, mais conhecido por Monteiro Lobato, nasceu em 18 de abril de 1882, em Taubaté, São Paulo. Filho do fazendeiro José Bento Marcondes Lobato e de dona Olímpia Augusta Monteiro Lobato. 

Seu gosto pela literatura despertou quando criança ao descobrir a imensa biblioteca do avô materno, o Visconde de Tremembé. 

Ainda jovem decidiu mudar de nome para usar a bengala herdada de seu pai que possuía as iniciais JBML e passou a se chamar José Bento. Pode isso, Arnaldo? 

Desde cedo mostrou talento na escrita, publicando para vários jornais. Aos 14 já dominava os idiomas inglês e francês, e foi nessa idade que redigiu seu texto mais antigo de que se tem conhecimento, Rabiscando, originalmente publicado no jornal O Guarany (1896), sob o pseudônimo de Josbem. 

Seu sonho era estudar Belas Artes, mas sob imposição de seu avô, seu tutor legal após a morte de seus pais, cursou Direito na Faculdade do Largo São Francisco (que mais tarde se uniu com outras instituições de ensino para formar a USP). Formou-se em 1904 e no mesmo ano retornou a Taubaté onde conheceu Maria Pureza da Natividade com quem casou e teve quatro filhos. Três anos depois assumiu o cargo da Promotoria Pública na cidade de Areias, no Vale do Paraíba. 

Paralelamente ao cargo, Monteiro Lobato escrevia, desenhava e fazia caricaturas para vários jornais e revistas. Permaneceu em Areias até 1911 quando mudou-se para a fazenda Buquira, em Taubaté, deixada de herança por seu avô. 


Um país se faz com homens e livros. 


Em 1912 enviou o artigo/carta Velha Praga para o jornal O Estado de São Paulo onde apontava a ignorância do caboclo, as queimadas e a miséria. Claro que virou polêmica. No mês seguinte, o jornal publicou o artigo Urupês apresentando o caipira Jeca Tatu. Mais uma polêmica, pois Monteiro Lobato generalizou o comportamento do personagem para todos os caipiras. 

Vendeu a fazenda, foi para Caçapava e fundou a Revista Paraíba. Mas sua parceria com O Estadão continuou firme e forte e no final de 1917 publicou o famoso artigo intitulado A Propósito da Exposição Malfatti que ficou mais conhecido como Paranoia ou Mistificação? onde ele fez duras críticas à exposição de Anita Malfatti, recém-chegada dos Estados Unidos, defendendo uma arte puramente brasileira e sem a influência de europeus e americanos. Contudo sua defesa às artes tupiniquins foi mal-interpretada e acabou sendo excluído da Semana de Arte Moderna de 1922. 

A partir daí, foi considerado um autor pré-modernista, um conservador, e apesar de defender o nacionalismo, sua admiração pelo Tio Sam fez com que muitos o considerassem um americanista. 

Em 1918 comprou a Revista do Brasil e passou a publicar novos autores ao lado de autores consagrados, engajando-se na causa do nacionalismo. Seu primeiro livro foi Urupês, uma coletânea de contos e crônicas que se tornou sucesso imediato. Fundou a Editora Monteiro Lobato & Cia por onde publicou o primeiro livro dedicado aos pequenos leitores: A Menina do Narizinho Arrebitado (1920). 

Com “Narizinho” alcançou a fama e passou a escrever para as crianças que motivaram as continuações da história. A editora dominou o mercado editorial, mas não suportou as crises energética e financeira do país e faliu. Mudou-se para o Rio de Janeiro e criou a Companhia Editora Nacional com o sócio Octalles Marcondes Ferreira. 





Continuou escrevendo para os pimpolhos. E muitas de suas histórias se passavam em um local imaginário chamado de O Sítio do Picapau Amarelo que era habitado não só por Lúcia (Narizinho), mas também pela insolente boneca de pano Emília, pelo catedrático sabugo de milho Visconde de Sabugosa, pelo porquinho Marquês de Rabicó, pela bondosa Dona Benta e sua empregada Tia Nastácia, além de vários outros personagens do folclore e lendas brasileiros que davam o ar da graça nas aventuras que corriam soltas no sítio. 


Tudo tem origem nos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos. 


Em 1927 foi nomeado, pelo então presidente do Brasil, Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos, onde permaneceu até 1931. 

Em toda sua vida escreveu um único romance e foi de ficção científica! O Presidente Negro (1926) e se passava no ano 2228, mas sua popularidade estava nos livros infantis

No dia 4 de julho de 1948, aos 66 anos de idade, Monteiro Lobato morreu, vítima de um acidente vascular cerebral ou AVC. O cortejo de seu velório foi acompanhado por dez mil pessoas, entoando o Hino Nacional, sendo velado na Biblioteca Municipal de São Paulo e enterrado no Cemitério da Consolação. 

Dois dias antes de sua morte deu uma entrevista em que defendeu a campanha O Petróleo É Nosso! 


Deu para perceber que Monteiro Lobato sempre esteve envolvido em controvérsias e... Sim. Monteiro Lobato era racista. Tudo bem que temos que contextualizar as obras do autor em sua época, mas ele defendeu a criação de um braço da Ku Klux Klan (KKK) no Brasil e foi membro da Sociedade Eugênica de São Paulo. Fica difícil qualquer defesa. 

Atualmente, a questão em discussão por editoras e especialistas é se deve ser feito algum tipo de alteração nos termos racistas em sua obra. Fico pensando se mutilar as novas edições de Monteiro Lobato não seria algo como criar um fake author e disseminar um discurso para as futuras gerações que não condiz com a verdade. Não seria melhor ler no original e discutir o que está errado? Ou, pelo menos, colocar notas explicando as alterações? Ao meu ver, conscientizar as crianças do verdadeiro Monteiro Lobato é melhor do que criar um personagem irreal. 


Quem escreve um livro cria um castelo, quem o lê mora nele. 


Monteiro Lobato não foi só escritor, foi também editor, tradutor, jornalista e empresário. Defendeu suas ideias e seus ideais e, não se pode negar, mudou o cenário da Literatura Infanto-Juvenil no Brasil com seus livros do Sítio do Picapau Amarelo que, sem dúvida, foram seu maior legado. 


E, hoje, dia 18 de abril é o Dia Nacional Do Livro Infantil! A data foi uma homenagem ao pai da Literatura Infantil Brasileira, Monteiro Lobato. É o momento para os órgãos competentes e os autores discutirem a importância e o rumo da literatura infantil no Brasil. 

Leia para uma criança! 



 Doe livros, presenteie livros ou, apenas, indique livros. 

Incentive a leitura! 









Até a próxima! 
Beijos mil! :-) 

Criss 



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